Professora: Parceria Mercosul-UE ainda depende de acordo dentro da Europa

A parceria entre Mercosul e União Europeia, anunciada nesta sexta-feira (6), é um passo importante para os dois blocos, mas ainda depende de acordo dentro da própria Europa, opinou a cientista política e professora de Relações Internacionais Denilde Holzhacker no UOL News, do Canal UOL.

O processo ainda depende de uma negociação dentro da Europa, porque há o Conselho Europeu, que reúne os países, depois tem o parlamento, que são mais de 700 membros do Parlamento Europeu e, por fim, a ratificação nos parlamentos nacionais.
Denilde Holzhacker, cientista política e professora de Relações Internacionais

O Mercosul e a União Europeia chegaram a um acordo para o estabelecimento da maior parceria comercial e de investimentos do mundo, envolvendo mais de 718 milhões de pessoas e um PIB (Produto Interno Bruto) conjunto de US$ 22 trilhões.

O pacto, porém, terá de passar pelo protecionismo da França, da resistência de Itália, Holanda e Polônia e da fragilidade de alguns de seus principais cabos eleitorais, como a Alemanha.

No UOL News, a professora explicou que o acordo ainda pode levar meses para ser concluído e destacou o temor que há nos bastidores devido à posição do presidente da Argentina, Javier Milei.

O acordo agora terá de passar por uma revisão legal e tradução, o que pode levar meses para ser realizado. Só então é que uma assinatura será feita. Há uma estratégia possível de dividir para facilitar esse processo, que é fazer a parte econômica e conseguir fazer entrar em vigor mais rapidamente.

E no caso da América do Sul, acho que vai ter menos resistência, mas sempre há um temor sobre como que o governo argentino pode trabalhar essa questão, perante a posição do Milei, sempre muito crítico ao Mercosul.
Denilde Holzhacker, cientista política e professora de Relações Internacionais

Milei tem feito críticas constantes ao Mercosul, bloco comercial fundado há mais de três décadas com Brasil, Paraguai e Uruguai. Mais cedo, por exemplo, ele afirmou que o bloco "acabou se tornando uma prisão" para seus parceiros e fez um apelo para que se buscasse "uma nova fórmula".

O Brasil tem uma expectativa de investimentos também nesse acordo. Então você tem vários negociadores, um ganha-ganha para as duas regiões, mas isso não significa que o protecionismo europeu, de setores muito fortes, grupos de interesse que têm capacidade de atuar, não possam levar novamente a uma paralisia e ou não aceitação do acordo.
Denilde Holzhacker, cientista política e professora de Relações Internacionais

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