Risco de 'The Big One': terremoto nos EUA expõe falha de San Andreas
Colaboração para o UOL
06/12/2024 11h20
Um terremoto de magnitude 7 atingiu a Califórnia, nos EUA, na manhã desta quinta-feira (5) evidenciando os riscos associados à falha de San Andreas.
O que aconteceu
Após o sismo, alertas de tsunami foram emitidos, mas logo cancelados por autoridades locais. O tremor, registrado a 10 km de profundidade, teve epicentro a cerca de 100 km de Ferndale. Não há relatos de feridos ou de impacto em imóveis.
O evento reacendeu preocupações sobre a falha de San Andreas. Este sistema de falhas geológicas, que se estende por 1.300 km ao longo da Califórnia, é uma dos mais estudados do mundo devido ao seu potencial sísmico devastador. Ele marca o limite entre as placas tectônicas do Pacífico e da América do Norte.
A falha foi formada há cerca de 20 milhões de anos. Ela resulta do movimento lateral dessas duas placas tectônicas: a Placa do Pacífico se move em direção ao noroeste, enquanto a Placa Norte-Americana desloca-se para o sudeste. Esse movimento gera enorme tensão que, quando liberada, provoca terremotos, explica o USGS (Serviço Geológico dos EUA).
População sempre em alerta para terremoto devastador. Devido ao constante acúmulo de energia e à densidade populacional das áreas próximas, a região está vulnerável a um evento conhecido como "The Big One". Este termo refere-se a um terremoto de altíssima magnitude que pode causar devastação em áreas como Los Angeles, São Francisco e San Diego.
Historicamente, a falha já causou terremotos catastróficos. O mais notório foi o de 1906 em São Francisco, que destruiu boa parte da cidade e deixou milhares de mortos. Estudos indicam que certas seções da falha estão "atrasadas" em relação à sua atividade sísmica esperada, elevando os riscos de novos eventos, esclarece o órgão americano.
Preparativos e monitoramento são fundamentais. A Califórnia investe em sistemas de alerta precoce, como o ShakeAlert, e promove campanhas de conscientização para mitigar os impactos, lembra o USGS. Estudos científicos contínuos buscam prever comportamentos da falha e orientar a construção de infraestruturas mais resistentes.
Confira os principais riscos associados à falha de San Andreas:
- Terremotos de alta magnitude: a tensão acumulada entre as placas do Pacífico e Norte-Americana pode ser liberada em terremotos devastadores. Exemplos históricos incluem o terremoto de 1906 em São Francisco e o de Fort Tejon em 1857.
- Destruição de infraestruturas: edifícios, pontes, estradas e outras infraestruturas em áreas próximas à falha estão vulneráveis a colapsos durante sismos intensos.
- Risco de "The Big One": especialistas alertam sobre a possibilidade de um megaterremoto, que poderia causar danos catastróficos em cidades densamente povoadas como Los Angeles e São Francisco.
- Tsunamis em áreas costeiras: embora a falha seja principalmente transformante, sismos em falhas secundárias ou submarinas associadas podem gerar tsunamis que ameaçam as regiões costeiras.
- Interrupção de serviços essenciais: terremotos podem causar apagões elétricos, rompimento de gasodutos, e interrupções no fornecimento de água e telecomunicações.
- Impactos econômicos massivos: danos às infraestruturas e paralisações comerciais podem causar prejuízos bilionários e afetar a economia local e nacional.
- Riscos à vida humana: populações em áreas densamente habitadas estão em constante perigo de ferimentos e mortes durante terremotos de grande magnitude.
- Perigo em áreas "atrasadas": algumas partes da falha não experimentaram grandes sismos em séculos, o que aumenta o acúmulo de tensão e o risco de um terremoto iminente.
- Vulnerabilidade das construções antigas: estruturas construídas antes de normas sísmicas modernas são especialmente suscetíveis a desmoronamentos.
- Desafios logísticos para evacuação: a densidade populacional nas áreas afetadas torna difíceis a evacuação e a resposta rápida em casos de emergências.