Espanha defende aliança verde com América Latina e Caribe

Madri, 14 dez (EFE).- A ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha González Laya, defendeu nesta segunda-feira a busca de uma autêntica aliança verde com América Latina e Caribe, baseada na neutralidade climnática e com metas ambiciosas para 2030.

González Laya participou nesta segunda-feira de uma reunião ministerial informal entre União Europeia (UE), América Latina e Caribe realizada virtualmente, informou o Ministério das Relações Exteriores espanhol em comunicado.

A reunião abordou três temas fundamentais da agenda global: a parceria verde, a cooperação digital e a resposta à covid-19. O encontro também buscou relançar o diálogo político e impulsionar as negociações para o acordo modernizado entre UE e Chile, a assinatura dos acordos entre UE e Mercosul e UE e México.

Em discurso, González Laya enfatizou que os países da América Latina e do Caribe são parceiros estratégicos e fundamentais para a Espanha e a UE.

"Estamos unidos por valores como a democracia e os direitos humanos, e temos a vontade de enfrentar desafios comuns, como a mudança climática", comentou González Laya, ao defender uma maior ambição contra o aquecimento global e a obtenção da neutralidade climática até 2050.

Como parte dos esforços globais, a ministra espanhola frisou que "a América Latina é uma parceira indispensável".

"Com ela, queremos avançar não apenas em direção a uma parceria, mas também em direção a uma verdadeira aliança verde, baseada na neutralidade climática, em planos nacionais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa com metas ambiciosas para 2030, e na cooperação conjunta para fortalecer a ambição global", explicou.

Ela também se referiu ao compromisso da Espanha e da UE com a redução das emissões e a neutralidade climática, e detalhou a Estratégia Espanhola de Descarbonização a Longo Prazo, que estabelece o caminho para alcançar a neutralidade climática em 2050.

Esta estratégia se baseia em quatro eixos: justiça social e transição justa, perspectiva de gênero e sinergias com a Agenda 2030; fomento às energias renováveis e coesão territorial.

González Laya mencionou a cooperação da Espanha com a região através do Programa ARAUCLIMA, do Fundo de Água e Saneamento e da Rede Ibero-Americana de Escritórios de Mudança Climática, entre outros instrumentos.

Na reunião, foi assinado um comunicado conjunto reafirmando a adesão ao multilateralismo e defendendo uma recuperação sólida e sustentável da pandemia de covid-19, referindo-se ao desejo de fortalecer a cooperação, entre outras áreas, em saúde, mudança climática e meio ambiente, tecnologia digital e reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"A covid-19 é a pior crise que enfrentamos desde a Segunda Guerra Mundial, mas é também uma oportunidade de construir melhor, de forma verde e sustentável e sem deixar ninguém para trás. Esta também é uma questão de justiça intergeracional", disse González Laya.