Topo

Duque propõe anulação de dívidas de países que cumpram metas climáticas

08/09/2021 21h00

Bogotá, 8 set (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, propôs nesta quarta-feira uma "comutação ou anulação efetiva de dívidas" para os países latino-americanos que cumpram as suas metas climáticas, devido à limitada capacidade fiscal para lidar com as emergências decorrentes da pandemia de covid-19.

"É necessário que tenhamos instrumentos inovadores das agências multilaterais de crédito e, na minha opinião, isto implica que estabeleçamos sistemas de anulação ou neutralização da dívida contra metas alcançadas em termos de ação climática", disse Duque em discurso na cúpula virtual Diálogo de Alto Nível sobre Ação Climática nas América.

Neste sentido, Duque também propôs um marco regional para soluções baseadas na natureza que permita uma regulamentação homogênea e recompense os países que estão empenhados na sustentabilidade.

PROMESSA DE AÇÃO IMEDIATA.

O mandatário colombiano prometeu "ação imediata" para atingir os objetivos climáticos do país e disse que apresentará ao Congresso um projeto de lei para transformar metas ambientais em política estatal.

Também garantiu que a Colômbia chegará à 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP26) com o compromisso de reduzir 51% das suas emissões de gases do efeito estufa, que o país terá "neutralidade de carbono" em 2050 e que as fontes renováveis ultrapassarão 80% da sua matriz energética.

"Atingir estes objetivos requer ação imediata", comentou Duque no discurso, no qual destacou o progresso da Colômbia na mobilidade limpa, incentivando a utilização de veículos elétricos, e na luta para recuperar áreas afetadas pelo desmatamento.

O presidente explicou que embora a Colômbia "represente apenas 0,6% das emissões globais de gases com efeito de estufa" e tenha uma "matriz energética limpa", na qual mais de 78% é energia renovável, é também um dos países mais ameaçados pelos efeitos das mudanças climáticas.

MAIS COESÃO REGIONAL.

Por esta razão, pediu mais coesão entre os países da região para alcançar os objetivos climáticos em comum e levantou a necessidade de desenvolver esquemas de economia circular, combinar incentivos com ações drásticas contra "aqueles que participam no ecocídio" e trabalhar com os povos indígenas e comunidades ancestrais como protetores da biodiversidade.

"Também estabelecemos uma meta como país para alcançar o desmatamento zero até 2030, e isso deveria ser um convite a todos os países que também se encontram na bacia amazônica", afirmou.

Duque propôs outras ações, como identificar soluções financeiras para que a região possa acompanhar com eficácia a agenda das mudanças climáticas, desenvolver os mercados de carbono e "talvez sonhar com uma grande coordenação" que permita um mercado regional com economias de escala. EFE

kvg/vnm

(foto)(vídeo)