Maior ser vivo, fungo ocupa área de 900 Maracanãs e pesa 35 mil toneladas
Colaboração para o UOL*
29/06/2024 04h01
O maior organismo do mundo não é a baleia azul, muito menos a sequoia gigante. O fungo Armillaria ostoyae, também conhecido como cogumelo-do-mel, é o dono do posto e ocupa uma área de cerca de 9 km² na Floresta Nacional Malheur, nos EUA.
Conheça o cogumelo-do-mel
Apelidado de "Humongous fungus" (algo como "fungo gigante", em tradução livre), é o maior organismo terrestre conhecido no planeta, de acordo com o Serviço Florestal dos Estados Unidos.
Ele ocupa uma área de cerca de 9 km² — o equivalente a 900 campos de futebol — da Floresta Nacional Malheur, que fica na região das Blue Mountains, no estado norte-americano do Oregon.
Estes organismos são compostos por micélios, uma rede de fibras interconectadas que age como "raiz", e o corpo principal do fungo. Além disso, tem também rizomorfos pretos, que lembram cadarços. Essa estrutura fica espalhada sob a superfície, se parece com raízes das plantas e é capaz de transportar nutrientes por grandes distâncias.
Estima-se que pese algo em torno de 35 mil toneladas (mais de 200 baleias-azuis) e tenha cerca de 2.500 anos. Isso porque os cogumelos que vemos surgindo em árvores ou no solo são, na verdade, apenas o corpo frutífero do organismo fúngico, como uma flor, que é apenas uma parte temporária de uma planta, de acordo com o Museu de História Natural de Utah, nos EUA.
Os fungos do gênero Armillaria são comestíveis. Fonte de antioxidantes e de sabor ligeiramente doce e terroso, eles precisam passar por um preparo antes de serem consumidos, porque não é seguro consumi-los cru.
Espécie pode ser encontrada na Europa e em partes da América do Norte e da Ásia. Embora seja improvável que você encontre parte do Humongous Fungus sobre o solo, às vezes o cogumelo-do-mel pode aparecer na superfície em torno de troncos de árvores.
"Assassino de árvores". Outra evidência visual da presença do Armillaria ostoyae são as árvores mortas, já que o fungo passa a vida extraindo nutrientes das árvores, fazendo com que elas morram e apodreçam.
O Armillaria ostoyae pode, inclusive, reabsorver substâncias perdidas no solo que alertam as árvores sobre sua presença. Desta maneira, a espécie evita a tentativa de defesa das árvores e isso permite que eles sigam sugando os nutrientes delas, segundo pesquisa de 2017 publicada na revista Nature Ecology and Evolution e divulgada pelo The New York Times.
A descoberta do Armillaria ostoyae gigante nos EUA aconteceu em 1998. Registrada na revista científica Scientific American, a descoberta foi feita com base na sua taxa de crescimento.
*Com reportagem publicada em 06/08/2023