Os fugitivos de Mossoró já estão presos novamente. Razão para comemorar, temos, mas Josias de Souza aconselha guardar os fogos de artifício. "Uma recaptura que demorou 51 dias e custou ao contribuinte pelo menos R$ 6 milhões é uma dessas vitórias que são perdidas logo depois se vierem desacompanhadas de correções drásticas e providências complementares", pondera. Como tudo neste momento, o episódio também serviu de munição para a guerra política, o que talvez explique o próprio destaque que o caso ocupou. Thais Bilenky nota a diferença de estilos do enfrentamento do problema da segurança pública pelo governo federal, lulista, e o do governo de São Paulo, bolsonarista. De um lado, um anúncio sóbrio, salientando que tanto policiais federais quanto criminosos saírem ilesos, sem troca de tiros. De outro, a valorização do confronto. "O discurso lulista garante que o Estado vencerá o crime, enquanto o bolsonarismo se coloca como justiceiro no combate à bandidagem que já dominou o país", argumenta. Reinaldo Azevedo não deixa dúvida sobre qual abordagem prefere: "Os agentes federais e os capturados saíram sem arranhão. Os primeiros continuarão a combater o crime. E os outros irão para a cadeia. A polícia também faz parte do pacto civilizatório, coisa que Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite, por exemplo, ainda não aprenderam. Preferem caçar votos na barbárie". No UOL News, Leonardo Sakamoto coloca a linha divisória entre as polícias federal e estaduais (incluindo aqui a de um governo petista): "PF mostrou presos, polícias de SP, RJ e BA mostrariam cadáveres". |