Caras e caros, há análises para todos os gostos. A depender do lugar em que o observador decida fixar a atenção, chega-se a uma conclusão distinta. E, por certo, a escolha do foco também expressa, em muitos aspectos, a visão de mundo daquele que vê. Daí ser absolutamente verdadeira a máxima de que nem sempre a opinião publicada representa a opinião pública, esta faceira serelepe de muitos e tão variados parceiros. Daí que eu julgue necessário, tanto quanto possível, atravessar as várias camadas de glacê dos números para tentar enxergar o que diz a massa do bolo, aquilo que realmente garante a sua estrutura. Uma nota curta ainda a respeito do que, no fim das contas, não importa. Se o desempenho dos partidos nas eleições municipais fosse preditor do futuro presidente da República, Lula não teria vencido cinco das nove eleições diretas depois da redemocratização. E não foram seis porque foi vítima de um golpe judicial desferido pela Lava Jato. Mas que esta verdade insofismável não nos impeça de perceber alguns movimentos nas placas tectônicas do país — e não tratarei deles neste longo artigo. |