Prefeito de João Pessoa dedica vitória à esposa e ataca rivais: 'Cretinos'
Prefeito reeleito de João Pessoa neste domingo (27), Cícero Lucena (PP) fez um discurso de vitória em seu comitê em que atacou opositores. Eles usaram as investigações da PF (Polícia Federal) de suposto elo de pessoas ligadas à sua gestão e sua família contra o político durante a campanha.
Ainda dedicou a vitória à sua esposa, Lauremília Lucena, que chegou a ser presa pela PF e foi indiciada junto a sua filha, Janice Lucena, por crimes eleitorais (leia mais abaixo).
"Mulher corajosa, mulher com fé, com coragem de enfrentar os problemas. Me permitam oferecer, pela injustiça que ela simboliza nessa campanha, essa vitória a Lauremília Lucena", disse.
Lauremília chegou a ser presa na operação Território Livre, em 28 de setembro, e ficou detida até 1º de outubro, quando passou a cumprir medidas cautelares, com uso de tornozeleira e proibição de sair da cidade sem autorização judicial.
Em tom de ataque, ele afirmou ainda que o "bem vence o mal" e que "a verdade vence a mentira".
E que os cretinos da política aprendam que a covardia não vale a pena, porque tá aí a surra de voto, a lapada que eles levaram.
Cícero Lucena, prefeito reeleito em João Pessoa
Cícero Lucena foi reeleito neste domingo com 258.727 votos, ou 63,91% do total válido. Ele enfrentou o ex-ministro da Saúde na gestão de Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL).
Ao lado do governador João Azevedo (PSB), Cícero agradeceu pelo apoio que teve e também falou sobre as dificuldades que enfrentou por causa dos ataques.
Por mais dolorosa que tenha sido essa campanha, por mais injusta que tenha sido ela, mas os adversários, na sua prática covarde, eles não dimensionaram o tamanho do meu Deus. E foi ele que me deu coragem, me deu paciência, me deu sabedoria para enfrentar a covardia dos adversários.
Cícero Lucena
Entenda o caso
A PF indiciou a mulher e a filha do prefeito, Janine Lucena, ex-secretária municipal de Saúde. Elas teriam um acordo com membros da facção criminosa Nova Okaida, com quem negociariam cargos na prefeitura. Em troca, os criminosos dariam apoio ao grupo do prefeito e restringiriam o acesso de políticos rivais a comunidades. Outras dez pessoas também foram indiciadas.
Durante as investigações, a PF descobriu diálogos entre a primeira-dama, sua filha e intermediários com integrantes da facção. As conversas tratavam da nomeação de indicados pela facção para cargos públicos. Em troca, se discutia o apoio à reeleição da vereadora Raíssa Lacerda (PSB) e ao prefeito. Raíssa também chegou a ser presa e, poucos dias depois, renunciou à candidatura.
Segundo apurou a PF, a primeira-dama seria a pessoa responsável por dar cargos e gratificações a pessoas ligadas à facção. Diálogos dela e de sua secretária pessoal revelaram que a facção pedia até mudança de nomeações quando um dos membros era preso.
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