Cenário político reflete décadas de permissividade com discurso extremista
Ser injusto nos julgamentos, exagerar, mentir deliberadamente sobre a conduta do outro, demonizar e desumanizar um adversário. A permissividade com relação a posturas como essa, vistas há décadas na política brasileira, gera cenários extremistas e polarizados como o que vemos hoje no Brasil.
Na Live UOL desta terça-feira (31), comentei que esse tipo de comportamento, quando adotado por uma força política, em público, vai aos poucos se normalizando para todos, inclusive para os adversários. É algo infeccioso, que vai passando de um campo político para o outro, até se transformar em um discurso de ódio corriqueiro, como acontece atualmente.
Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, Jair Bolsonaro chegou defender o fuzilamento do presidente, uma declaração que foi criticada por nomes como Michel Temer e Ciro Gomes, mas aceita como um direito à liberdade de expressão pela esquerda. Bolsonaro aprendeu bem e, dois anos depois, não só propôs novamente o fuzilamento de FHC, como incluiu um de seus ministros na fila, se oferecendo para participar pessoalmente das execuções, sob as bençãos do então líder do PT na Câmara, que minimizou as declarações. Recentemente, FHC reconheceu que foi permissivo com esse tipo de manifestação, subestimando Bolsonaro. Um exemplo do quanto alguns democratas de são responsáveis pelo cenário extremista atual que enfrentamos.
Hoje, o ex-presidente Lula, nos mostrou que tem um grande obstáculo a enfrentar: seu próprio vice, atacado no passado pelo PT e seus seguidores, com julgamentos e práticas de antipolítica e assassinato de reputações. Lula afirmou que Geraldo Alckmin foi contrário ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Uma declaração que poderia até funcionar em um multiverso, que aliás também já foi descoberto pela campanha do presidente Jair Bolsonaro com outras mentiras e falsas afirmações, mas não no mundo real.
Ao lado de Felipe Moura Brasil, eu debato os principais assuntos do país, todos os dias, na Live UOL, das 17h às 18h, transmitida ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter. Além do extremismo político, no programa de hoje, falamos também sobre os gastos das prefeituras com shows de artistas sertanejos e o vídeo em que Gusttavo Lima chora tentando explicar o valor de seus cachês; das investigações sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos; e da declaração da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que chamou o presidente de "imbrochável".
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