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Por que um senador da República e um banqueiro foram presos na Lava Jato?

O senador Delcídio Amaral chega à sede da Polícia Federal em Brasília após ser preso Imagem: Reprodução/GloboNews

Do UOL, em Brasília

25/11/2015 22h56

O STF (Supremo Tribunal Federal) ordenou as prisões, nesta quarta-feira (25), do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual e um dos homens mais ricos do Brasil.

Ambos foram flagrados, segundo investigações da Procuradoria-Geral da República, numa tentativa de interferir na Operação Lava Jato cujo roteiro incluía do suborno a possíveis delatores do esquema de corrupção na Petrobras à pressão sobre ministros do Supremo.

É a primeira vez, ao menos desde 1985, em que um senador é preso durante o mandato. De acordo com o que prevê a Constituição, caberá ao Senado dar a última palavra sobre o encarceramento de Delcídio.

Veja os principais pontos da operação deflagrada nesta quarta-feira:

  • Por que o senador Delcídio do Amaral foi preso?

    O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria atuado para interferir nas investigações da Operação Lava Jato. Uma gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró registrou encontros com Delcídio e o advogado do ex-executivo em que o senador promete influenciar ministros do STF por decisões favoráveis aos investigados. Além disso, Delcídio teria prometido uma mesada de R$ 50 mil para a família de Cerveró e sugerido uma rota de fuga do país. O senador, segundo a investigação da Procuradoria, queria evitar que Cerveró fechasse acordo de delação premiada ou, se a colaboração fosse firmada, que ele não citasse fatos envolvendo Delcídio e o banqueiro André Esteves. Leia mais

  • Por que o banqueiro André Esteves foi preso?

    O dono do BTG Pactual, André Esteves, foi citado em conversa do senador Delcídio do Amaral como o responsável por garantir o dinheiro para comprar o silêncio de Cerveró. Esteves não estava presente na reunião gravada pelo filho de Cerveró, Bernardo. O repasse dos recursos à família de Cerveró seria feito, segundo as investigações, por meio de contratos simulados de serviços de advocacia entre Esteves, ou uma de suas empresas, com o advogado Edson Ribeiro, que representava Cerveró na Lava Jato. Além disso, as investigações apontaram que Esteves possuía cópia de trecho da delação premiada de Cerveró antes mesmo do documento ser protocolado na Justiça. Leia mais

  • O que Cerveró delatou contra Delcídio e Esteves?

    Segundo a Procuradoria-Geral da República, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró cita em seu acordo de colaboração o envolvimento de Delcídio em práticas de corrupção na aquisição de sondas pela Petrobras e na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Cerveró citaria ainda, segundo a Procuradoria, que André Esteves, por meio do banco BTG Pactual, pagou propina ao senador Fernando Collor relacionada a um contrato de embandeiramento de 120 postos de combustíveis em São Paulo, que pertenciam conjuntamente ao banco e a outro grupo empresarial. Leia mais

  • O que o Supremo decidiu?

    O ministro do STF Teori Zavascki autorizou as prisões de Delcídio, Esteves, Edson Ribeiro e do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, por suspeitas de envolvimento na estratégia de obstrução da Lava Jato. Posteriormente, a decisão de Teori foi confirmada por unanimidade pela 2ª Turma do STF. A Constituição Federal diz que deputados e senadores só podem ser presos se em flagrante, por crime inafiançável. O Supremo entendeu que a formação de organização criminosa com o objetivo de interferir nas investigações caracterizaria o conceito jurídico de "crime permanente", o que autorizaria a prisão em flagrante. Leia mais

  • E qual foi a posição do Senado?

    Como a Constituição prevê que cabe ao Senado a última palavra sobre a prisão de parlamentar no exercício do mandato, a Casa decidiu, por 59 votos a 13, manter a decisão do STF de prender preventivamente o senador Delcídio do Amaral. Leia mais

  • Quem é o novo líder do governo no Senado?

    O governo ainda não decidiu quem será o novo líder do governo no Senado. O Palácio do Planalto informou nesta quarta-feira que a decisão só deve ser anunciada na próxima semana. O senador Wellington Fagundes (PR-MT) é cotado para o cargo, segundo informou o blog do Fernando Rodrigues. Apesar de não ser filiado ao PT, Fagundes é considerado fiel aliado do Planalto. Leia mais

  • O que é o banco BTG Pactual?

    O banco BTG Pactual é um banco de investimentos. André Esteves iniciou sua carreira nas empresas que deram origem à instituição financeira. O executivo foi programador de sistemas do Pactual, banco de investimentos que, após uma série de aquisições societárias, formou em 2009 o BTG Pactual. Naquele ano, Esteves capitaneou a compra do então UBS Pactual pelo BTG, banco de investimentos criado pelo banqueiro e um grupo de sócios. Nas últimas eleições, o BTG Pactual doou R$ 600 mil para a campanha de Delcídio do Amaral. Leia mais

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