Conheça argumentos contra e a favor de Feliciano na presidência da CDH


Desde que foi eleito para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) tenta demonstrar que está preparado para o cargo, apesar das sucessivas declarações dele tidas como homofóbicas e racistas. Há grupos de políticos que o defendem e que o atacam. Veja os argumentos.

A FAVOR: Ampliação do espectro da comissão

"A eleição de vossa excelência [se referindo a Feliciano] e agora ampliada com a eleição da primeira vice Antônia Lúcia, a segunda vice Liliam Sá e o terceiro vice Anderson Ferreira é um ganho para a Câmara Federal e para a sociedade brasileira porque esta comissão deixa de discutir direitos humanos de forma estreita, pequena, subordinada a uma ideologia para discutir direitos humanos numa perspectiva mundial, cósmica, para todos sem estar subordinada a nenhuma ideologia", deputado federal João Campos (PSDB-GO).

A FAVOR: Eleição foi legal

"Eu não fiz parte de uma eleição clandestina. Foi feito tudo dentro da legalidade, do regimento desta Casa", afirmou o deputado pastor Eurico (PSB-PE) sobre o fato da eleição ter sido feito a portas fechadas e sem a presença de parte dos integrantes que ficou contrariada com a indicação de Feliciano para o cargo.

A FAVOR: Satanás não se refere a parlamentares

"Eu não disse o nome de ninguém. Eu estava num culto, num ambiente espiritual, falando sobre coisas espirituais. Se não é uma coisa de Deus, é do adversário. Satanás significa adversário", justificou o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) sobre sua fala de "até ontem a comissão era dominada por Satanás".

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A FAVOR: Outros deputados também têm problemas com a Justiça

"Se é para moralizar esta Casa, vamos começar pela Comissão de Constituição e Justiça. O PT deveria avaliar sua posição quanto às indicações na Comissão de Constituição e Justiça antes de criticar o PSC", afirmou o deputado André Moura (PSC-SE) em referência ao deputado petista João Paulo Cunha (SP), condenado pelo STF no processo do mensalão e que integra a Comissão de Constituição e Justiça. Isso porque deputados petistas questionaram o fato de Feliciano ter sido denunciado no STF por declarações tidas como homofóbicas e racistas e por responder a uma ação por estelionato. Ele também citou o presidente da Câmara, que também foi envolto em denúncias. "Todos nós sabemos que o nosso presidente deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ele chegou à presidência também debaixo de muita pressão, debaixo de muita luta e como ele é meu líder ali no Congresso, eu me espelho nele (...)"

A FAVOR: Diploma de Direitos Humanos

Na luta para demonstrar preparo para se manter na presidência da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) postou em seu Twitter uma foto de uma homenagem que recebeu da Federação Federação Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos após fazer um curso. "Fiquei emocionado ao ser homenageado pela Federação Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos. A Deus toda glória!", postou o parlamentar.

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CONTRA: Incapacidade de gerenciar conflitos

"Isso aqui é uma Casa do povo [referindo-se à Câmara]. É inconcebível fechar as portas das sessões. Ele [Feliciano] é que está inadequado na comissão. Ele não tem credencial. Não tem [preparo] para o exercício de uma função, que tem de ser capaz de administrar os conflitos. A tarefa do presidente é de mediar, gerenciar as manifestações", afirmou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP).

CONTRA: Ofensas a outros parlamentares

"É inaceitável que um deputado faça esse tipo de declaração, ferindo a honra e a imagem dos nobres colegas que atuam com dedicação e firmeza, para a promoção e valorização dos direitos humanos", afirmou a deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), que entrou com um pedido de quebra de decoro contra ele por ter tido que "até ontem a comissão que preside era dominada por Satanás".

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CONTRA: Desrespeito ao regimento

"O deputado está rasgando o regimento [interno da Câmara]. Está cassando a palavra dos deputados (...). O deputado [Feliciano] não tem perfil [para presidir uma comissão], a sua postura enquanto parlamentar afronta o que está no regimento e no que diz respeito à Comissão dos Direitos Humanos", afirmou a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) sobre a falta de permissão por parte de Feliciano para que os deputados pudessem se manifestar durante a sessão que o elegeu.

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CONTRA: Machismo e homofobia

"Como uma mulher vítima de violência poderá procurar ajuda na comissão, se Feliciano diz que os direitos das mulheres são um problema? Como um homossexual agredido vai procurar a comissão, se o presidente diz que os gays são uma maldição? A frente receberá essas denúncias e encaminhará aos órgãos competentes. Ele não tem as mínimas condições de tratar desses temas. Ele fomenta o preconceito", afirmou a deputada federal e ex-presidente da CDH Manoela D'Ávila (PCdoB-RS) em entrevista ao jornal "Zero Hora".

CONTRA: Perseguição partidária

"Em nenhum momento o partido [PSC] foi acusado de machista e homofóbico. Quem foi acusado é o deputado Feliciano e as provas estão aí. As declarações são públicas e os vídeos estão na internet", afirmou o deputado Jean Wyllys (PSOl-RJ).

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