Veja parlamentares que já renunciaram às presidências da Câmara e do Senado
Desde que seu nome foi citado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre as dezenas de políticos que teriam envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vive sob intensa pressão. O deputado fluminense é alvo de representação proposta para que perca o mandato, encaminhada pelo PSOL e pela Rede no Conselho de Ética da Casa e assinada por 53 deputados de sete partidos, incluindo 34 do PT.
Cunha acusa Janot e o governo federal de persegui-lo, mas as acusações contra ele se acumulam. Duas pesam mais. Uma, confirmada pelos delatores Julio Camargo e Fernando Baiano, diz que o deputado recebeu US$ 5 milhões provenientes do esquema de corrupção. A outra, comprovada por documentos do Ministério Público da Suíça, é a existência de contas em seu nome e no de familiares na Suíça. Essa informação pode apressar o rito de afastamento, já que, em março, o parlamentar afirmou na CPI da Petrobras, instalada na Câmara, que não era titular de conta no exterior, discurso que mantém mesmo após a revelação dos documentos. Mentir em uma Comissão Parlamentar de Inquérito é considerado quebra de decoro parlamentar, o que pode levar à cassação do mandato.
O afastamento de Cunha não seria o primeiro na história. Desde a instalação da República, em 1889, cinco líderes de Legislativo já renunciaram. O último deles foi André Vargas, que ocupava a 1ª vice-presidência da Câmara em 2014. E apenas um não esteve envolvido em escândalos que anteciparam a conclusão do mandato.
Líderes do Legislativo que renunciaram
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Renan Calheiros
Acusado de usar "laranjas" para comprar um grupo de comunicação em Alagoas, Renan Calheiros renunciou à presidência do Senado em dezembro de 2007. Ele também foi acusado de receber dinheiro de lobistas para pagar despesas pessoais. Sua cassação foi submetida duas vezes ao plenário e rejeitada em ambas. Reassumiu a presidência do Senado em 2013. Leia mais
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Severino Cavalcanti
Membro do chamado "baixo clero", o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) foi eleito presidente da Câmara em 2005. Em setembro do mesmo ano, acusado de receber "mensalinho" para prorrogar a concessão de um restaurante da Casa, renunciou ao cargo e ao mandato para evitar a cassação. Candidatou-se novamente a deputado federal em 2006, mas não foi eleito. Leia mais
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Jader Barbalho
O senador do PMDB do Pará durou sete meses na presidência da Casa. Sucedeu Antonio Carlos Magalhães. Jader foi acusado de mentir em depoimento sobre o envolvimento em desvios de recursos do Banpará. Também foi acusado de impedir a tramitação de requerimento que solicitava relatórios elaborados pelo Banco Central sobre o assunto. Renunciou em setembro de 2001. Leia mais
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André Vargas
Primeiro vice-presidente da Câmara, Vargas (sem partido-PR) deixou o cargo em abril de 2014, quando estava no PT. Mantinha elo com o doleiro Alberto Youssef, de quem usou um avião e intermediou interesses em contratos com o Ministério da Saúde. Cassado em dezembro de 2014, está preso desde abril. Foi condenado a 14 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Leia mais
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José Antônio Flores da Cunha
Único líder do Legislativo que não renunciou por estar envolvido em um escândalo, o deputado gaúcho defendeu a posse de Juscelino Kubitschek à Presidência em 1956, embora fosse filiado à UDN, partido que contestava a legitimidade do mandato do político mineiro. Depois de garantir a posse de JK no governo, despediu-se da presidência da Câmara e anunciou a saída da legenda.
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