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Reajuste de aposentadoria será analisado "sem nervosismo e sem trauma", diz Lula

Claudia Andrade<br/> Do UOL Notícias*<br/> Em Brasília

21/12/2009 13h42

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (21) que a Previdência Social tem um limite e que não é possível pagar mais aos aposentados do que se tem em caixa. Segundo o presidente, a proposta de reajuste das aposentadorias será analisada "sem nervosismo e sem trauma".

"Todo mundo sabe que a Previdência tem um limite, a Previdência tem uma arrecadação. A gente não pode pagar o que a gente não tem. Eu não posso fugir do limite do bom senso, para o bem deles, porque se a Previdência quebrar, será mau para todos os brasileiros", avaliou.

Em conversa com os jornalistas, Lula defendeu que os aposentados "não tiveram prejuízo" durante o governo dele. "No meu governo os aposentados não tiveram um centavo de prejuízo. Nós repusemos aos aposentados brasileiros aquilo que foi a inflação. Os que ganham salário mínimo tiveram aumentos substanciais. A cada vez que a gente aumenta o salário mínimo, do jeito que estamos aumentando, significa a gente colocar R$ 20 bilhões a mais na economia, por ano".

Por meio de uma medida provisória, o governo deverá aumentar o salário mínimo para pelo menos R$ 505. O relator do Orçamento no Congresso, deputado Geraldo Magela (PT-DF), propõe um salário mínimo de R$ 510. A MP deverá dar metade desse ganho real aos aposentados que ganham acima do mínimo.

"O ideal seria que a gente pudesse dar tudo o que as pessoas pedem, a todo momento. Seria o ideal, porque é o discurso mais fácil, é o discurso mais simples, mais tranqüilo", disse o presidente.

No entanto, acrescentou, ele deve agir como fazia com o filho quando criança. "Quando ele tinha 10 anos, a escola dele inteira foi para Miami e eu falei: Você não pode ir, porque o seu pai não tem dinheiro, e o seu pai não pode fazer dívida para você ir para Miami. Eu não sei se ele compreendeu. Mas eu preferi ser sincero com ele do que mentir".

Caso Battisti em 2010
Lula afirmou ainda nesta segunda-feira (21) que o STF (Supremo Tribunal Federal) passou para ele a incumbência de decidir sobre a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti.

Na última semana, os ministros reiteraram que a palavra final será do presidente, mas deixaram em aberto a possibilidade de ele vir a ser responsabilizado caso descumpra o tratado de extradição assinado com a Itália e mantenha Battisti no país.

"Não me importo com o que o STF fez. Se a bola foi passada para mim, eu decido se vou chutar com três dedos ou com dois", disse Lula.

O presidente reafirmou que tomará sua decisão apenas depois da publicação do acórdão com a decisão do Supremo, o que está previsto para ocorrer no primeiro semestre do próximo ano. "Esse caso, eu só me pronuncio nos autos do processo. Na hora em que eu decidir, mando por escrito minha decisão".

No dia 18 de novembro, a Corte decidiu, por 5 votos a 4, autorizar a extradição de Battisti. Pelo mesmo placar, julgou que a palavra final ficaria com o chefe do Poder Executivo.

Battisti foi condenado em seu país de origem pelo assassinato de quatro pessoas no final da década de 70. Ele nega os crimes.

*Com informações da Agência Brasil