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STJ autoriza médico particular a atender Arruda na superintendência da PF

O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, aparece na janela da superintendência de Polícia Federal, em imagem do dia 4 de março - Ailton de Freitas / Ag. O Globo
O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, aparece na janela da superintendência de Polícia Federal, em imagem do dia 4 de março Imagem: Ailton de Freitas / Ag. O Globo

Do UOL Notícias*

Em Brasília

09/03/2010 16h39

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou nesta terça-feira (9) que um médico particular atenda o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), preso na superintendência da Polícia Federal desde 11 de fevereiro por tentativa de suborno. A defesa do governador entrou com o pedido ontem no STJ.

Exames não apontaram alteração no estado de saúde de Arruda, diz PF


Segundo a esposa de Arruda, Flávia, o governador está com um forte edema na perna direita, consequência da cirurgia feita no pé direito em novembro de 2009, e não consegue se manter de pé. Ela afirmou que ele não chegou a concluir o pós-operatório, interrompido pela prisão. Ontem, Arruda deixou a superintendência pela primeira vez para realizar exames no Hospital Juscelino Kubitschek. O governador reclamou que estava com inchaço e sentindo dores no tornozelo.

Nesta terça-feira, Flávia disse que Arruda usa apenas um elástico com extensão na perna direita e a fisioterapia, que era diária, limita-se a alguns exercícios. Ela acrescentou que o governador está sendo bem tratado pelos médicos da Polícia Federal, que trocaram alguns dos medicamentos usados pelo governador e aumentaram a dose do antidepressivo.

A Polícia Federal informou que Arruda faz duas caminhadas por dia e recebe duas visitas diárias de médicos e enfermeiro.

Deputado se disse preocupado
Na segunda-feira (8), o deputado Batista das Cooperativas (PRB) afirmou que estava "preocupadíssimo" com o estado de saúde do governador afastado. O deputado distrital foi levar a Arruda a notificação sobre a abertura do processo de impeachment na Câmara Legislativa.

“Eu fiquei preocupadíssimo com o estado em que ele está de diabete, [seus] pés [estão] absurdamente inchados, caminhando para uma trombose”, disse Batista das Cooperativas em uma entrevista coletiva. O parlamentar se disse preocupado com a forma que ele tem sido tratado dentro da Polícia Federal e disse que foi negado a Arruda o acompanhamento médico de um especialista de sua confiança.

A assessoria de imprensa da Polícia Federal foi procurada para comentar a fala do deputado, mas ninguém foi encontrado. Mais cedo, a PF disse que policiais escoltaram o governador até o hospital particular e afirmaram que Arruda está tendo acompanhamento médico diário.

“Eu estou preocupado com um ser humano recluso em uma sala que não é uma masmorra, mas não é um espaço adequado para quem tem diabetes”, disse Batista das Cooperativas. Ainda segundo o deputado, Arruda parecia apático em relação à última visita, feita na sexta-feira (5), quando o governador chamou um dos procuradores da Câmara, Fernando Nazaré, de “capacho do PT”.

Cooperativas disse que nesta segunda-feira Arruda estava acompanhado de sua advogada Lúcia Lossio e recusou-se a assinar a notificação sobre o impeachment. A notificação foi registrada da mesma forma e dois policiais federais serviram de testemunha.

Na última sexta-feira, o governador afastado recusou-se a receber a notificação porque, de acordo com seu advogado de defesa, ele não teve acesso integral a todos os documentos que envolvem o seu inquérito.
Após ser notificado, Arruda agora tem 20 dias úteis de prazo para apresentar sua defesa à Câmara Legislativa. Depois disso, o processo volta para as mãos do relator, que terá 10 dias para apresentar um parecer para a comissão. Ele será então analisado pela comissão e irá à votação no plenário da Casa.

Veja a seguir o que pode acontecer com Arruda e com o Distrito Federal: 

 

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* Com informações da Agência Brasil