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Marina se despede do Senado e defende eleições com candidatos avulsos

Maurício Savarese<br>Do UOL Notícias

Em São Paulo

16/12/2010 16h58

Em seu último discurso na tribuna como senadora, a candidata derrotada à Presidência Marina Silva (PV-AC) afirmou nesta quinta-feira (15) que, sem mandato, ajudará a articular uma reforma política nos próximos anos. Ela disse que defende a ideia de que pessoas sem filiação partidária concorram a cargos eletivos.

Marina, que deixou o PT no ano passado para se transferir para o partido pelo qual disputou o Palácio do Planalto, agradeceu aos colegas, citou o temor dos primeiros dias no Senado e listou medidas que tomou à frente do Ministério do Meio Ambiente no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela ocupava o cargo pelo segundo mandato consecutivo e chegou a Brasília em 1995.

“Eu quero liderar esse processo para que tenhamos candidaturas avulsas. Não como candidatura individual, mas produto de uma lista”, disse Marina, que vê a medida como capaz de “oxigenar essas Casas [do Congresso]”. Desde o segundo turno das eleições presidenciais, a senadora enfrenta desconforto no PV.

Por pressão dela, o partido não declarou apoio nem a Dilma Rousseff (PT), que acabaria vencedora, nem a José Serra (PSDB), preferido da cúpula do partido. Para surpresa dos especialistas, ela terminou a votação no primeiro turno com cerca de 20 milhões de votos – apesar do curto tempo de televisão.

Marina disse também que deixaria o Senado “com tristeza” por não ter aprovado a primeira proposta de lei que apresentou, sobre acesso à biodiversidade. Elogiou os presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, citou bordões de campanha e se disse uma das responsáveis pelas metas de redução de desmatamento apresentadas pelo Brasil nas cúpulas de Copenhague e de Cancún.