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Câmara convida Durval Barbosa para depor sobre caso Jaqueline Roriz

Camila Campanerut<BR>Do UOL Notícias<BR>Em Brasília

19/04/2011 15h31Atualizada em 19/04/2011 16h04

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta terça-feira (19) o convite para que o delator do mensalão do DEM, o ex-secretário de relações institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, fale sobre as denúncias de pagamentos irregulares para a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF). A deputada apareceu em um vídeo recebendo um maço de dinheiro de Barbosa. Jaqueline confessou que o dinheiro recebido foi utilizado como caixa dois de sua campanha, à época, para deputada distrital.

Além do convite –que pode ser recusado pelo ex-secretário–, também foi aprovado o envio de cópia das declarações de bens da deputada, além de informações referentes à CPI realizada pela Assembleia Legislativa do DF, conhecida como CPI da Corrupção.

O conselho teve acesso na última sexta-feira aos dados do inquérito da Polícia Federal sobre o caso, que inclui os depoimentos de Barbosa e o parecer do Ministério Público. A perícia completa do áudio e do vídeo em que Jaqueline aparece recebendo dinheiro deve ficar pronta no próximo dia 25.

Outras ações

Em paralelo, Jaqueline Roriz também responde um processo no STF por crime contra a administração pública. E na Câmara, além do Conselho de Ética, a deputada está sendo investigada pela Corregedoria da Casa.

Há ainda uma outra denúncia sobre uso irregular da verba indenizatória da Câmara para pagamento de um escritório que, segundo o PSOL, pagou os gastos de uma sala de propriedade do marido dela, Manoel Neto.

Outro lado

A defesa da deputada continua a defender que a "Câmara não é o fórum adequado para julgar algo que algum parlamentar fez antes de assumir o mandato", isso porque Jaqueline Roriz afirma que recebeu o dinheiro em 2006, quando fazia campanha para deputada distrital. Apesar disso, segundo o advogado dela, Rodrigo Alencastro, eles não irão se opor ao depoimento de Barbosa.

Com relação ao uso indevido da verba indenizatória, a assessoria de imprensa da parlamentar afirma que o escritório foi doado pelo marido de Jaqueline Roriz. Ainda de acordo com a assessoria, a doação foi registrada em cartório e a Câmara aceitou. No entanto, as despesas de manutenção do local, como água, luz, telefone e condomínio, deveriam ser pagas pelo gabinete da deputada. “O que se pagou foi o condomínio, o escritório não recebeu o recurso”, resumiu o assessor Paulo Fona.