Pagot aceita pedido de abertura de sigilo fiscal feito pela oposição
Em seu depoimento numa audiência pública na Câmara dos Deputados, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, recebeu pedido para abrir seu sigilo fiscal, na esteira do escândalo que derrubou a cúpula do Ministério dos Transportes. Em um primeiro momento, após uma série de protestos de aliados do PR presentes no encontro desta quarta-feira (13), ele acabou se calando diante da sugestão, depois de ser questionado quatro vezes. Mas depois decidiu assinar o documento: "Vou assinar esse documento, sim, deputado", afirmou.
Deputados da oposição chegaram a oferecer o programa de proteção à testemunha a Pagot caso ele queira denunciar crimes cometidos no Dnit e no Ministério dos Transportes.
Durante a reunião, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) afirmou que tinha um documento para Pagot assinar e liberar as informações. Foi então que surgiram os gritos de “ele está numa CPI?”
Pagot ataca deficiências estruturais para fiscalizar obras
A maioria avassaladora do governo levou a oposição à tática de discutir escândalos da gestão da presidente Dilma Rousseff em audiências públicas. Isso tira o poder de convocação, mas viabiliza a discussão sobre assuntos desconfortáveis para o Palácio do Planalto.
"O convidado responde o que quiser. Nenhum deputado aqui é delegado e aqui não é CPI", disse Paulo César (PR-RJ).
Pagot repetiu em grande parte o depoimento dado aos senadores na terça-feira (12), quando discorreu sobre o organograma do Dnit e tentou compartilhar a responsabilidade das decisões com o próprio Congresso e com membros até recentemente da cúpula do Ministério dos Transportes. Ele evitou críticas ao governo e isentou o PR de ter no departamento um esquema de faturamento para se financiar para eleições, como denunciou a revista “Veja”.
Mais cedo, o líder do PR, Lincoln Portela (MG), afirmou que o agora o ex-ministro dos Transportes, senador Alfredo Nascimento (PR-AM) irá à tribuna no dia 2 de agosto, após o recesso parlamentar, para explicar as suspeitas que o levaram a deixar o cargo. Ele também estava convidado para participar da audiência pública desta quarta-feira, mas se ausentou, segundo Portela, por estar licenciado.
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