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Ministro da Agricultura desqualifica denúncias de irregularidades

Camila Campanerut

Do UOL Notícias<br>Em Brasília

01/08/2011 16h58

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta segunda-feira (1º) que as denúncias de irregularidades feitas contra a pasta quiseram transformar um “caso administrativo em um caso político”.

Na edição da revista “Veja” do último fim de semana, o ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto denunciou um suposto esquema de corrupção no ministério.

Neto foi exonerado do cargo em consequência da divulgação, há duas semanas pela mesma publicação, de que ele teria autorizado um pagamento irregular de R$ 8 milhões a uma empresa de propriedade de laranja em Brasília.

“Ele [Oscar Jucá Neto] não conhece o ministério, não conhece a Conab. Aprontou e, por isso, foi demitido”, afirmou o ministro.

“Como ele não é obrigado a provar, ele pode xingar quem ele quiser . Ele quer pôr todo mundo no mesmo saco”, completou.

Neste fim de semana, a revista “Veja” ouviu Neto novamente, que disse que o ministro Wagner Rossi teria lhe oferecido dinheiro quando a situação ficou insustentável no cargo e afirmou ainda que na pasta “só tem bandido”.

O ministro nega. “Foi um mau funcionário que quis transformar isso em uma crise. Isso não é assim. Ele é quem fez a coisa irregular”, declarou.

O ministro admitiu que a indicação de Neto ao cargo foi política. Ele é irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Rossi também confirmou que recebeu um pedido do senador para “minimizar” os danos contra o irmão --ação que ele diz compreender, mas afirma não ter atendido a solicitação dele.

O ministro também afirmou que conversou nesta segunda-feira com as lideranças no Congresso e se colocou à disposição das comissões das duas Casas para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Segundo o ministro, depois das denúncias, a CGU (Controladoria Geral da União) está analisando todos os repasses realizados pelo ministério e órgãos vinculados.

Denúncias

Em entrevista à “Veja”, Neto disse que um terreno da Conab foi vendido por um quarto do valor.

O ministro negou a diferença de preço e reafirmou o que havia divulgado por meio de nota de que “o terreno arrematado em concorrência pública foi de R$ 8,1 milhões, e que fora avaliado pela Caixa Econômica Federal em R$ 8,030 milhões”.

Já com relação ao aumento no repasse à empresa Caramuru Alimentos feito pelo ministério, Rossi nega que haja a possibilidade de se realizar isso, uma vez que apenas a Justiça poderia elevar o valor destinado à empresa.