Criticado por oposicionistas, ministro do Esporte ignora acusações na Câmara
Durante as quase quatro horas de audiência pública sobre a Lei Geral da Copa, realizada nesta terça-feira (25) na Câmara dos Deputados, o ministro do Esporte, Orlando Silva, não respondeu às criticas de oposicionistas que pedem sua demissão por acusações de corrupção.
Os líderes do DEM e do PSDB criticaram logo no começo da sessão, por volta das 15h, a presença do ministro. Acusado de envolvimento em um esquema de desvio de verbas na pasta, esta é a segunda vez que Silva vai à Casa –ele também esteve no Senado na semana passada.
“A sua visita é uma afronta, o senhor não deveria estar sentado na cadeira de ministro”, disse o deputado ACM Neto (DEM-BA). “Sua vinda aqui na semana passada foi uma afronta ao Congresso. Nesta semana é uma afronta ao Brasil. O povo brasileiro quer o senhor longe das discussões sobre Copa do Mundo.”
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), também chamou a presença de afronta e disse que o governo quer dar uma “impressão de normalidade que não existe”.
Em resposta, o ministro se limitou a afirmar: “Em outra oportunidade, eu falo sobre conjuntura política”. Silva também disse "ter certeza da minha correção e a da minha equipe. Nosso desafio é prosseguir com o trabalho de organizar a Copa do Mundo".
O líder do PT na Casa, Paulo Teixeira (SP), afirmou que as críticas da oposição têm "motivação eleitoreira" e que as acusações "são uma inversão de papéis porque quem está atacando são aqueles que devem satisfações pelo que fizeram com o dinheiro público”. O petista disse ainda que o assunto da audiência de hoje será a Copa do Mundo, e não uma “plataforma de ataque para a oposição”.
Mais cedo, Silva foi ao microblog Twitter para indicar a estratégia que usará ao falar na Câmara: focar na Copa do Mundo para desviar das denúncias de desvio de verbas públicas para abastecer um suposto caixa dois eleitoral do seu partido, o PCdoB.
“Assinei agora acordo de cooperação entre Ministérios do Esporte, Meio Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente- Pnuma”, escreveu. “O acordo servirá para apoiar a implantação de um programa de sustentabilidade ambiental para a Copa do Mundo. Será a mais verde das Copas.”
O policial militar João Dias, autor das acusações contra o ministro, estará em uma comissão da Câmara nesta quarta-feira (26).
Nesta terça-feira, reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” informou que o ministro ajudou uma ONG do denunciante apesar de terem sido detectadas irregularidades no convênio com o governo.
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