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Em nota, ministro nega irregularidades e favorecimento a parentes

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

09/01/2012 12h54Atualizada em 09/01/2012 12h59

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, negou nesta segunda-feira (9), por meio de notas oficiais, que tenha cometido irregularidade enquanto estava à frente da Prefeitura de Petrolina (PE). O ministro também negou que tenha favorecido o filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho (PSB-PE), na liberação de emendas e o irmão, Clementino de Souza Coelho, na indicação para a presidência da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba).
 
Bezerra é, desde a semana passada, alvo de polêmicas sobre o beneficiamento na destinação de verbas contra as chuvas ao Estado dele, Pernambuco, onde é pré-candidato à prefeitura do Recife pelo PSB. Levantamento da ONG Contas Abertas mostra que 95% da liberação de pagamentos assumidos no ano passado foram para Pernambuco. Na ocasião, o ministro falou que a aprovação dos projetos estaduais para receber verba federal teve critérios técnicos.

Já reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” de hoje mostra que Fernando Bezerra usou verba do município de Petrolina para comprar uma área por duas vezes, em 1996 e 2001, para abrigar um aterro sanitário, nos valores de R$ 90 mil e R$ 110 mil. O dinheiro beneficiou o empresário José Brandão Ramos, primo do secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson Ramos, filiado do PSB, partido de Bezerra.
 
O Ministério Público de Pernambuco entrou com uma ação em 2003 contra Bezerra por improbidade, na qual pede devolução do dinheiro. O ministro respondeu ao jornal que o "erro" ocorreu porque o seu sucessor na prefeitura não registrou a compra. Segundo a nota do ministro, “foram tomadas medidas eficazes para restituir os valores pagos pela prefeitura, resguardando-se o Patrimônio Público Municipal de qualquer prejuízo”.
 
“Possuo todas as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas de Pernambuco e pelo Tribunal de Contas da União. Os convênios firmados nas múltiplas gestões estão quase todos aprovados. Uns poucos estão em processo de análise pelos órgãos competentes”, diz a nota.  
 
O ministro reitera ainda que não há má interpretação em relação ao fato do irmão dele, Clementino de Souza Coelho, ser indicado à presidência da Codevasf. Segundo o ministro, Clementino ocupa o cargo de acordo com estatuto da empresa e por orientação da CGU (Controladoria Geral da União).  

Sobre o fato de seu filho ter tido 100% das emendas parlamentares empenhadas pelo Ministério da Integração Nacional --como mostrou reportagem da Folha no sábado--, o ministro justifica que outros 53 parlamentares também tiveram a mesma aprovação.

Chuvas

O ministro está em reunião com a presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira para avaliar as medidas de prevenção e assistência aos afetados pela chuva na região Sudeste do país.

Participam também os ministros Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação), Paulo Passos (Transportes), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Alexandre Padilha (Saúde), representantes do Meio Ambiente e Minas e Energia e o comandante do Exército, General Enzo Peri, em substituição ao ministro da Defesa, Celso Amorim.