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PF faz busca e apreensão na Câmara de Nova Friburgo (RJ); vereador é investigado por compra de votos

Do UOL, em São Paulo

27/04/2012 11h30Atualizada em 27/04/2012 12h33

A Polícia Federal de Macaé cumpriu mandado de busca e apreensão na Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, na região serrana do Rio, por conta de investigação de suposta compra de votos nas eleições de 2008. As buscas foram realizadas nessa quinta-feira (26). O investigado é o presidente da Casa, vereador Luciano Campos Faria.

De acordo com a assessoria de impressa da PF, o cumprimento do mandado foi solicitado pelo Ministério Público do Estado, por meio da 26ª Promotoria Eleitoral de Nova Friburgo. O juízo da 26ª Zona Eleitoral da cidade autorizou a vistoria, feita em salas de funcionários, e na qual fora apreendidos documentos e computadores no gabinete do vereador.

O processo criminal corre em segredo de Justiça e foi instaurado em 2011, depois que o MP recebeu denúncia de supostas irregularidades praticadas pelo parlamentar na campanha municipal passada. Em março deste ano, ele acabou denunciado por compra de votos –segundo as investigações, Faria teria oferecido vantagens como cestas básicas, medicamentos e tratamentos médicos gratuitos em troca de votos.

Conforme a denúncia, o vereador teria pessoas a serviço para cadastrar títulos dos eleitores beneficiados pelos supostos benefícios, em troca dos votos.

Pelo Código Eleitoral, o crime de compra de voto prevê pena de reclusão de até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Segundo a página Políticos do Brasil, do jormalista Fernando Rodrigues, Faria é empresário e declarou um total de R$ 98.390 no pleito passado.

Desvios de recursos

Além das investigações no campo eleitoral, Nova Friburgo também ficou conhecida por conta de desvios constatados pelo MP, MPF (Ministério Público Federal) e CGU (Controladoria Geral da União) em recursos federais destinados à cidade, ano passado, após as fortes chuvas de janeiro.

O município foi o mais afetado de toda a região serrana, com quase metade dos cerca de mil mortos registrados nas chuvas de 2011 pela defesa Civil do Estado. Apesar dos estragos e da verba, contudo, um ano depois, conforme o UOL constatou na cidade, muitas obras ainda não foram feitas, e cenários de destruição acabaram se incirporando à rotina dos moradores.