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Presidente do Conselho de Ética rejeita segundo pedido para nova defesa de Demóstenes

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

08/05/2012 10h33Atualizada em 08/05/2012 10h43

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), rejeitou pela segunda vez o pedido da defesa do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) para que fosse dado prazo de dez dias úteis para que ele apresentasse uma nova defesa. Na última reunião, um pedido similar feito pelo advogado de Demóstenes já havia sido rejeitado.

Hoje, o conselho está reunido novamente para analisar e votar o relatório preliminar de Humberto Costa (PT-PE) apresentado na semana passada, que pede a abertura de processo disciplinar contra Demóstenes, acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro por um esquema de jogos ilegais e outros crimes.

A votação de hoje é o primeiro passo para um pedido de cassação do senador.

O senador petista defende que Demóstenes praticou quebra de decoro parlamentar ao negar que tinha conhecimento das atividades ilegais de Cachoeira e que “faltou com a verdade” durante seu pronunciamento em plenário, no dia 6 de março, quando afirmou que somente possuía relações sociais com o empresário e que “sempre militou contra a legalização de jogos de azar”.

Antes de anunciar sua decisão, o presidente do conselho concedeu a palavra ao relator do caso, o senador Humberto Costa (PT-PE).

“Considero importante esclarecer que os fatos descritos no relatório preliminar versam, todos eles, sobre atos de conduta parlamentar do senador Demóstenes Torres, sendo, portanto, fatos públicos e notórios, do conhecimento de todos”, argumentou Costa.

Em sua fala, o relator citou cinco fatos que “configuram quebra de decoro”. São eles: receber de Cachoeira uma geladeira e um fogão como presente de casamento; aceitar um aparelho celular do contraventor; ter trocado quase 300 telefonemas com o bicheiro entre fevereiro e junho de 2011; “milhares” de citações a Demóstenes em conversas de Cachoeira e terceiros; e o pagamento do aluguel de uma aeronave feita pelo contraventor.

Na avalição de Costa, a ação da defesa de Demóstenes tem como objetivo adiar o andamento dos trabalhos do conselho.

Apesar de ter o novo pedido de defesa negado hoje, Demóstenes Torres terá outras oportunidades para apresentar sua versão dos fatos ao longo do processo.

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