Deputado chama estudantes de 'macacos de auditório' em sessão da Assembleia de Roraima
Um comentário do deputado estadual Jânio Xingu (PSL) causou mal estar na Assembleia Legislativa de Roraima. Na terça-feira (7), o parlamentar teria chamado de “macacos de auditório” um grupo de estudantes que estavam na sede do parlamento reivindicando melhorias na estrutura de uma escola de Boa Vista. O comentário do deputado está gravado em um vídeo, feito por uma das alunas da instituição de ensino.
O deputado classificou a repercussão negativa do ato como uma armação da oposição e disse que não usou o termo de forma pejorativa. O chefe de gabinete de Xingu, Deivison Fernandes, explicou que o parlamentar é vice-líder do governo na Assembleia e, como o líder não estava presente, caíram sobre ele as críticas dos estudantes sobre a estrutura da escola.
“Temos certeza de que tudo foi armado pela oposição, mais precisamente pelo deputado Flamarion Portela (PTC)”, disse o chefe de gabinete. Ele explicou que, ao chamar os estudantes de macaco de auditório, o deputado estava se referindo ao fato de eles estarem sendo usados pela oposição como massa de manobra.
“Sabemos que o deputado Flamarion e também o deputado Brito (Bezerra do PP) conseguiram ônibus para levar esses estudantes para a Assembleia. São estudantes de 12, 13 e 14 anos que saíram da escola em horário de aula. É justamente por causa disso que ele usou esse termo. Não foi para ofender ninguém”, justificou.
Ex-líder estudantil
O chefe de gabinete ressaltou que a antes de o deputado Xingu ser eleito, ele foi líder de movimento estudantil em Roraima, na década de 90, e posteriormente virou secretário da Juventude, o que não o levaria a ofender os estudantes.
A revolta dos alunos na Assembleia foi porque a reforma da escola Major Alcides foi prometida há seis meses e, até agora, não foi realizada. Os estudantes chegaram a ser removidos para outras unidades de ensino, o que prejudicou o andamento das aulas. O UOL tentou contato por telefone com os deputados Flamarion Portela e Brito Bezerra, mas até a conclusão deste texto não havia recebido resposta.
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