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Deputado chama estudantes de 'macacos de auditório' em sessão da Assembleia de Roraima

Elendrea Cavalcante

Do UOL, Manaus

09/05/2013 17h04

Um comentário do deputado estadual Jânio Xingu (PSL) causou mal estar na Assembleia Legislativa de Roraima. Na terça-feira (7), o parlamentar teria chamado de “macacos de auditório” um grupo de estudantes que estavam na sede do parlamento reivindicando melhorias na estrutura de uma escola de Boa Vista. O comentário do deputado está gravado em um vídeo, feito por uma das alunas da instituição de ensino.

O deputado classificou a repercussão negativa do ato como uma armação da oposição e disse que não usou o termo de forma pejorativa. O chefe de gabinete de Xingu, Deivison Fernandes, explicou que o parlamentar é vice-líder do governo na Assembleia e, como o líder não estava presente, caíram sobre ele as críticas dos estudantes sobre a estrutura da escola.

“Temos certeza de que tudo foi armado pela oposição, mais precisamente pelo deputado Flamarion Portela (PTC)”, disse o chefe de gabinete. Ele explicou que, ao chamar os estudantes de macaco de auditório, o deputado estava se referindo ao fato de eles estarem sendo usados pela oposição como massa de manobra.

“Sabemos que o deputado Flamarion e também o deputado Brito (Bezerra do PP) conseguiram ônibus para levar esses estudantes para a Assembleia. São estudantes de 12, 13 e 14 anos que saíram da escola em horário de aula. É justamente por causa disso que ele usou esse termo. Não foi para ofender ninguém”, justificou.

Ex-líder estudantil  

O chefe de gabinete ressaltou que a antes de o deputado Xingu ser eleito, ele foi líder de movimento estudantil em Roraima, na década de 90, e posteriormente virou secretário da Juventude, o que não o levaria a ofender os estudantes.

A revolta dos alunos na Assembleia foi porque a reforma da escola Major Alcides foi prometida há seis meses e, até agora, não foi realizada.  Os estudantes chegaram a ser removidos para outras unidades de ensino, o que prejudicou o andamento das aulas. O UOL tentou contato por telefone com os deputados Flamarion Portela e Brito Bezerra, mas até a conclusão deste texto não havia recebido resposta.