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Assembleia de Minas Gerais investiga briga dentro de gabinete de deputado

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

13/03/2014 14h27

A Mesa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG) apura um suposto caso de agressão física que teria ocorrido dentro do gabinete do deputado estadual Cabo Júlio (PMDB), nesta quarta-feira (12).

O 1º secretário da Mesa, deputado Dilzon Melo (PTB), afirmou ao UOL que aguarda um relatório da Polícia Legislativa, acionada por testemunhas que disseram ter ouvido gritos e barulho de objetos sendo jogados ao chão.

Duas versões deverão ser apuradas. A primeira dá conta de a briga ter ocorrido entre o peemedebista e seu filho, de nome Bruno Júlio. O parlamentar, no entanto, nega que isso tenha ocorrido.

A outra versão, apresentada pelo deputado Cabo Júlio, diz que o filho brigou com um dos funcionários do gabinete.

Dilzon Melo disse, no entanto, que o caso apresenta dificuldade para a sua total elucidação.

“Como não tem câmeras dentro dos gabinetes, ainda não se pode afirmar nada. Eu conversei com pessoas vizinhas ao gabinete do deputado, que me afirmaram ter ouvido barulhos e palavras mais altas, mas elas não presenciaram agressões”, afirmou Melo.

Segundo o parlamentar, nesta quinta-feira (13), o deputado Cabo Júlio teria dito que, na verdade, houve uma discussão entre Bruno Júlio, filho do deputado, e um funcionário do gabinete do peemedebista.

“Pedi ao Cabo Júlio que fizesse um relatório. Por parte do deputado, ele me afirmou que houve esse desentendimento, mas que teria sido entre o filho e um funcionário do seu gabinete. O deputado disse que houve xingatório e palavras ásperas de um e de outro, mas a situação foi controlada e não teve agravante de agressão física, muito menos que a briga seria entre pai e filho”, contou Melo. O secretário da Mesa, no entanto, não informou qual teria sido a motivação da briga entre os dois.

Melo declarou que o filho do deputado Cabo Júlio não é lotado no gabinete do peemedebista.

O 1º Secretário afirmou que, caso fique comprovada a quebra do decoro parlamentar, o caso será encaminhado ao corregedor da Casa Legislativa.

“A Assembleia tem procedimento próprio para isso, que é o Conselho de Ética. Se ficar comprovado, o que ainda é prematuro dizer, o caso é encaminhado ao corregedor da Casa para que ele tome as providências necessárias”, disse. O deputado não detalhou quais seriam as penalidades previstas por entender que ainda não há elementos suficientes que ensejem o encaminhamento do caso ao Conselho.

Outro lado
A assessoria do deputado Cabo Júlio emitiu nota na qual ele lamenta “a repercussão negativa” e a veiculação de fatos “inverídicos”.

No texto, o parlamentar intitula o filho como sendo o seu “melhor amigo” e atribuiu a discussão “acalorada” entre o rapaz e um funcionário a “discordâncias naturais no encaminhamento de questões internas de nosso gabinete”.

“Com minha chegada, intervi e determinei que a discussão fosse encerrada e avoquei a decisão final sobre o mérito da discordância”, trouxe trecho da nota.

O deputado finaliza o texto afirmando que a mãe do filho morreu na madrugada desta quinta-feira (13).

“Lamento a repercussão negativa e as informações inverídicas do fato e, acrescento ainda, a solidariedade de todo nosso gabinete ao meu filho Bruno, pois nesta madrugada sua mãe veio a falecer”.