Em despedida, Lobão defende Foster; novo ministro pede apoio à Petrobras
Os assuntos envolvendo a Petrobras dominaram a cerimônia de transmissão de cargo no Ministério de Minas e Energia nesta sexta-feira (2). Ao deixar a pasta, Edison Lobão (PMDB-MA), que foi ministro durante boa parte do governo Dilma Rousseff (PT), defendeu discretamente a presidente da Petrobras, Graça Foster. Já o novo ministro da pasta, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que a Petrobras precisa do “apoio de todos os brasileiros”.
Em um discurso de quase 30 minutos, Lobão não falou das denúncias de corrupção envolvendo a estatal, investigadas pela operação Lava Jato, mas disse prezar e admirar Foster. Lobão transmitiu o cargo para o novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM). De acordo com o jornal "O Estado de S.Paulo", Lobão seria um dos 28 políticos que teriam sido beneficiados pelo esquema, segundo delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa.
“Devo citar a importância da Petrobras para o Brasil, sem a qual o país seria menor do que hoje é. Dirigindo-me a todos, menciono o nome da doutora Graça Foster, a quem prezo e admiro”, afirmou.
A Petrobras vem sendo investigada pela Polícia Federal por suspeitas de licitações fraudulentas envolvendo empreiteiras. De acordo com a PF, há suspeitas de que pelo menos R$ 10 bilhões tenham sido desviados pelo esquema. Nas últimas semanas, uma ex-gerente da estatal, Venina Velosa da Fonseca, veio a público afirmando que enviou e-mails a Foster informando sobre irregularidades em contratos da Petrobras. Foster negou ter sido alertada pela ex-gerente.
Eduardo Braga, em seu discurso de posse, disse que a Petrobras precisa do “apoio de todos os brasileiros”. “O que for investigado e comprovado pelos órgãos de controle e fiscalização será devidamente considerado para a necessária dos culpados... Ela [Petrobras] precisa do nosso apoio de todos os brasileiros para que possa seguir na sua tarefa de transformar o Brasil, num futuro próximo, num grande produtor de petróleo”, disse o novo titular.
Além de Braga e Lobão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também participou da cerimônia de transmissão de cargo no Ministério de Minas e Energia. Como Lobão, Calheiros também foi citados em depoimento da delação premiada feita pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ambos negam envolvimento com o esquema.
O novo ministro de Minas e Energia foi governador do Amazonas de 2003 a 2010, quando se licenciou para disputar o senado. Braga foi eleito senador e, desde março de 2012, era líder do governo no Senado até se licenciar para assumir o ministério.
Em 2014, Braga disputou o governo do Amazonas novamente, mas perdeu para seu ex-secretário de governo, José Melo (Pros), apoiado por seu ex-vice-governador, o senador eleito Omar Aziz (PSD). Sua vaga no Senado será ocupada por sua mulher, Sandra Braga (PMDB), 1ª suplente do atual ministro.
Com a chegada de Braga ao ministério, o ex-ministro, Edison Lobão, volta a ocupa o cargo de senador, para o qual foi eleito em 2010. Lobão foi nomeado em janeiro de 2008 pelo então presidente Lula e continuou no cargo no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
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