Não se pede impeachment com lupa, diz líder do governo
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), criticou nesta quarta-feira (14) as tentativas da oposição de instaurar um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, não se pode pedir o impeachment com uma “lupa”. “Não se pede impeachment de ninguém com uma lupa na mão arrumando algum motivo. Não é razoável”, afirmou o líder. A oposição prometeu entregar à Câmara mais um pedido de impeachment contra a presidente na próxima sexta-feira (16).
A declaração de Guimarães foi feita durante uma apresentação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no plenário da Câmara dos Deputados. Guimarães chamou de “tentativas golpistas” as articulações da oposição para dar início ao processo de impeachment contra a presidente Dilma. “A presidente Dilma não vai cair agora e muito menos em março. Estamos legitimados por 54 milhões de votos e quaisquer tentativas golpistas se dissociam desse processo democrático que construímos nesses anos todos”, afirmou Guimarães.
Na última terça-feira (13), a oposição sofreu um revés após três decisões liminares concedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) interrompendo o trâmite dos processos de impeachment contra Dilma que ainda aguardam a análise do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Nesta quarta-feira, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), afirmou que um novo pedido de impeachment contra Dilma será apresentado até a próxima sexta-feira (16).
Esse novo pedido, disse Mendonça Filho, incluirá as conclusões de um relatório preliminar do TCU (Tribunal de Contas da União) que aponta que o governo repetiu as manobras fiscais conhecidas como “pedaladas fiscais” que foram condenadas pelo plenário do tribunal na semana passada.
Na última terça-feira (14), Dilma também usou o termo “golpe” para se referir às tentativas da oposição de lhe afastar do cargo. Durante uma cerimônia no congresso anual da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Dilma disse que seus adversários políticos estão “dando um golpe”. “Essa tentativa começou no dia seguinte às eleições. Agora, ela se expressa na busca incessante da oposição de encurtar seu caminho ao poder, de dar um passo, um salto, e chegar ao poder fazendo um golpe, dando um golpe”, disse Dilma.
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