Topo

Secretário de Paes que agrediu mulher no Rio é exonerado e volta a Brasília

Pedro Paulo faz parte da base de apoio a Leonardo Picciani (PMDB), destituído da liderança do partido no Congresso com apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha - Severino Silva/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Pedro Paulo faz parte da base de apoio a Leonardo Picciani (PMDB), destituído da liderança do partido no Congresso com apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha Imagem: Severino Silva/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

16/12/2015 14h21

O secretário executivo de Coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho (PMDB), braço direito do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e pré-candidato a sua sucessão, foi exonerado do cargo, a pedido, segundo publicação no Diário Oficial do Município, nesta quarta-feira (16). Ele reassume o cargo de deputado federal e retorna a Brasília.

Pedro Paulo faz parte da base de apoio a Leonardo Picciani (PMDB), destituído da liderança do partido no Congresso com apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e da corrente ligada ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Leonardo é filho de Jorge Picciani (PMDB), presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), e irmão de Rafael Picciani (PMDB), secretário municipal de Transportes da capital fluminense.

A queda de Picciani ocorreu pouco depois de uma visita de Lula ao Rio, no começo deste mês, quando o ex-presidente pediu ao governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que liderasse a frente contra o impeachment de Dilma Rousseff. O deputado, considerado aliado da presidente, era um canal de diálogo entre petistas e peemedebistas, e por esse motivo acabou sofrendo grande pressão por parte do grupo favorável à saída de Dilma. A troca na liderança do partido na Câmara foi anunciada na quarta-feira passada (9).

Na segunda-feira (14), em visita à capital federal, o prefeito Eduardo Paes afirmou considerar a saída de Picciani como um ato de "violência" do partido. "Algumas atitudes do PMDB hoje me envergonham como peemedebista", disse ele.

Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria da Secretaria Executiva de Coordenação de Governo informou desconhecer a motivação do afastamento de Pedro Paulo. No entanto, argumentou que são comuns os pedidos de exoneração por parlamentares que ocupam simultaneamente cargos no Executivo. O próprio Pedro Paulo, de acordo com sua assessoria, já o teria feito outras vezes.

A comunicação da pasta também não soube esclarecer se a ida dele a Brasília tem a ver com o processo político interno do PMDB. Na Câmara, o deputado Leonardo Picciani tenta articular a sua base para recuperar o posto de líder do partido no Congresso, cargo dado a Leonardo Quintão (PMDB-MG).

Agressões à mulher

Recentemente, Pedro Paulo esteve envolvido em escândalo referente a agressões e ameaças contra a ex-mulher, Alexandra Marcondes. Ele foi denunciado à polícia em três boletins de ocorrência, segundo reportagens das revistas "Veja" e "Época". Alexandra contou que Pedro Paulo a agrediu com socos, chutes e quebrou um de seus dentes. Há um laudo do IML (Instituto Médico-Legal) comprovando os ferimentos. Em entrevista, o então secretário reconheceu os fatos, mas afirmou que as agressões foram mútuas.

"Muitas vezes acontecem nos lares desentendimentos e erros. Não vou fazer aqui uma discussão se ela me agrediu, se eu me defendi. Não cabe aqui dizer o que aconteceu, qual foi o nível desse descontrole", disse ele, no dia 6 de novembro.