Topo

Tucano diz que nota contra prisão de Lula não foi "frouxidão": "devagar com o andor"

Do UOL, em Brasília

11/03/2016 11h59

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou nesta sexta-feira (11) que a nota divulgada por ele na véspera, na qual condena o pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo), não deve ser atribuída a “frouxidão, covardia” e que neste momento é preciso “prudência”.

A afirmação foi feita em mensagem de aúdio divulgada nas redes sociais do senador. Algumas pessoas haviam feito postagens criticando a nota de Cunha Lima sobre a prisão, o acusando de “defender” Lula. Na nota, divulgada na quinta-feira (10), Cunha Lima afirmou que o pedido de prisão não possuía fundamentos legais.

“Eu creio que eu devo uma explicação sobre a questão da nota. Compreendendo a gravidade do momento que o Brasil vive, não se pode ver esses fatos de forma absolutamente isolada”, disse Cunha Lima.

“É aquela velha história: devagar com o andor porque o santo no caso é de cristal, que é a nossa democracia”, afirmou o senador.

Na mensagem, o senador reforça seu compromisso com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e diz que o processo de afastamento da presidente deve ser conduzido com “prudência” e dentro do que determina a Constituição Federal.

“Então entendam que nesse instante, que não é banal, que é incomum, a prudência nessas relações ela não será com certeza qualquer ato que possa ser confundido com frouxidão, covardia. Até porque posso dizer sem falsa modéstia, se existe uma voz que tem sido altiva, determinada, corajosa na oposição do Brasil, essa voz vem da Paraíba, que é a minha voz”, afirmou Cunha Lima.

Segundo o senador, a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo contra Lula deve ser entendida como o início do processo, e não seu desfecho.

“Havendo essas provas contundentes, o pedido tendo fundamentação da parte que é o Ministério Público, mais adiante haverá uma condenação. E, aí sim, com condenação, se prende quem quer que seja, inclusive um ex-presidente da República”, disse o senador.

Na denúncia do MP-SP contra o ex-presidente por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no caso do tríplex do Guarujá que teria sido reservado para Lula pela OAS, há um pedido de prisão preventiva do petista, alegando que ele poderia mobilizar a militância política para atrapalhar o andamento do processo.

O pedido de prisão foi criticado por especialistas em Direito Penal e até por líderes da oposição aos governos do PT.