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No Rio, Temer diz que Cunha é responsabilidade da Câmara e da Justiça

O presidente interino, Michel Temer, com o presidente do Comitê Olímpico, Thomas Bach - Divulgação/Palácio do Planalto
O presidente interino, Michel Temer, com o presidente do Comitê Olímpico, Thomas Bach Imagem: Divulgação/Palácio do Planalto

Hanrrikson de Andrade e Vinícius Konchinski

Do UOL, no Rio

14/06/2016 13h38Atualizada em 15/06/2016 07h52

O presidente interino, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta terça-feira (14) que o processo envolvendo seu colega de partido, Eduardo Cunha, investigado por denúncias de corrupção no STF e alvo do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, é uma "matéria do Judiciário e do Legislativo" e que não cabe a ele opinar ou interferir. Temer concedeu entrevista coletiva durante visita ao Parque Olímpico, uma das principais obras realizadas para os Jogos de 2016, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, em sua primeira viagem como presidente.

"Vocês sabem que, desde o primeiro momento, eu disse que precisamos reconstitucionalizar o país. Ou seja, precisamos acabar com essa história do Executivo se metendo nas coisas do Judiciário e do Legislativo", disse. O parecer pela cassação de Cunha deve ser votado nesta terça-feira (14) pelo Conselho de Ética.

Questionado se o julgamento do processo de impeachment, previsto para ocorrer durante os Jogos Olímpicos, atrapalharia a imagem internacional do país, Temer respondeu que "o povo do mundo não está preocupado com isso". "Vocês sabem que o Brasil não vive em função daqueles que dirigem, mas em função do seu povo. E é em nome do povo que estamos trabalhando", declarou. "O povo do mundo não está preocupado com isso. O povo estará preocupado com a pujança do Brasil, revelada precisamente pela abertura dos Jogos Olímpicos."

Temer viajou acompanhado dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Alexandre de Moraes (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Ricardo Barros (Saúde), Leonardo Picciani (Esporte), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia).

Antes de conversar com os jornalistas, Temer participou de reuniões com os ministros, com os presidentes da Caixa e do BNDES, com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador do Estado em exercício, Francisco Dornelles. Ele também se reuniu com representantes do COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Comitê Organizador Rio-2016 e vistoriou a construção de arenas olímpicas.

"Tanto faz"

Temer também disse não se opor à presença da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), em eventos como a cerimônia de abertura da Olimpíada. "Para mim, tanto faz. Não tenho objeção. evidente que não tenho", declarou ele.

Sobre a ajuda financeira para a realização da Olimpíada, Temer não deu detalhes. Disse, acompanhado dos ministros, que o apoio à Rio-2016 não será só um discurso. "Nós vamos colaborar não apenas com palavras, mas também com as necessidades financeiras", disse o presidente em exercício.

A conclusão da obra da Linha 4 do Metrô do Rio, por exemplo, é uma obra que depende de financiamento federal para ficar pronta até a Olimpíada, que começa em de agosto. Questionado sobre esse financiamento, Temer disse que está conversando com o governo do Rio para resolver a questão.