José Dirceu recebeu R$ 350 mil em espécie da Odebrecht, diz delator
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu teria recebido pagamentos de cerca de R$ 350 mil feitos em espécie pela empreiteira Odebrecht desde 2008. O ex-ministro foi acusado na delação de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, em um esquema comandado por ele com a participação do filho, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR).
Segundo a delação, o ex-ministro do governo Lula está registrado nas planilhas de propina do grupo como “Guerrilheiro”. O STF (Supremo Tribunal Federa), por meio do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, autorizou abertura de inquérito para investigar o suposto recebimento.
"A suposta contribuição era feita diretamente às pessoas por ele indicadas, nunca ele diretamente", registra o documento da delação, assinado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Já o pagamento a Zeca Dirceu seria de R$ 500 mil, realizado em duas parcelas pelo chamado Setor de Operações Estruturadas do grupo, referente ao financiamento das campanhas legislativas de 2010 e 2014, quando foi eleito deputado federal no Paraná.
“Segundo o Ministério Público, o colaborador afirma que esteve com José Dirceu, após este não ser mais ministro de Estado, por várias ocasiões, quando discutiram eventuais negócios privados que o ex-ministro pudesse intermediar", registra o documento.
"Nesses encontros, também foram tratadas contribuições pata as campanhas municipais dos anos de 2008 e 2012 e para o legislativo estadual e federal no ano de 2010, as quais seguiam a indicação de José Dirceu."
Outro lado
Em nota a imprensa, o deputado Zeca Dirceu diz que "não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobras e/ou às empresas investigadas na Lava Jato".
Ainda segundo o comunicado, "todas as doações recebidas nas campanhas de 2010 e de 2014 foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral sem ressalvas" e que os "nomes dos doadores são de conhecimento público desde 2010".
Advogado de José Dirceu, Roberto Podval afirmou que só vai se pronunciar após ter conhecimento da denúncia na integra.
O ex-ministro-chefe da Casa Civil entre 2003 e 2005 está preso no complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde agosto de 2015, quando ocorreu a 17ª fase da operação Lava Jato. Ele é acusado de envolvimento em esquema de desvios na Petrobras.
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