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Novo ministro da Justiça toma posse nesta quarta; Transparência terá interino

2.mai.2016 - Torquato Jardim em cerimônia com Temer no Palácio do Planalto - André Dusek/Estadão Conteúdo
2.mai.2016 - Torquato Jardim em cerimônia com Temer no Palácio do Planalto Imagem: André Dusek/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral*

Do UOL, em Brasília

30/05/2017 15h47Atualizada em 30/05/2017 16h34

O Palácio do Planalto informou nesta terça-feira (30), por meio de nota, que o ex-ministro da Transparência Torquato Jardim tomará posse como ministro da Justiça e Segurança Pública nesta quarta (31), às 15h.

Serraglio - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

No domingo (28), o Palácio do Planalto informou que faria uma troca de postos entre Osmar Serraglio e Jardim. No entanto, desde então, Serraglio se manteve em silêncio e não confirmou que aceitaria a troca. Nesta terça (30), o deputado pelo PMDB do Paraná recusou o convite.

No momento, segundo a nota do Planalto, a pasta da Transparência será comandada interinamente pelo secretário-executivo Wagner Rosário.

Serraglio voltará para a Câmara e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado com uma mala de dinheiro pela Polícia Federal, pode perder o foro privilegiado.

Na nota, a assessoria do Palácio do Planalto informou que o presidente Michel Temer (PMDB) "reiterou, mais uma vez, seu agradecimento pelo empenho e dedicação" de Osmar Serraglio enquanto esteve à frente da Justiça.

Mais cedo, também em nota, Serraglio agradeceu a Temer e disse que procurou "dignificar" o cargo.

"Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Agradeço o privilégio de ter sido Ministro da Justiça e Segurança Público do nosso país. Procurei dignificar a confiança que em mim depositou. Volto para a Câmara dos Deputados, onde prosseguirei meu trabalho em prol do Brasil que queremos."

Apesar da troca de agradecimentos, Temer e Serraglio ainda não se encontraram pessoalmente após o nome do ex-ministro ser mencionado pelo Planalto para a Transparência.

A mudança era articulada pelo líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), e o núcleo-duro de Temer, como o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy.

Entretanto, um dos motivos da recusa de Serraglio em assumir a Transparência foi a maneira como foi tratado pelo Planalto. Segundo interlocutores de Serraglio, o agora deputado foi pego de surpresa pela troca e o Planalto agiu de forma "desnecessária".

A recusa ao cargo também acontece próximo ao fim das negociações para a delação premiada do ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, investigado pela operação Carne Fraca. Serraglio deve se tornar um dos alvos da delação. Em conversa telefônica grampeada pela Carne Fraca, o ex-ministro se refere a Gonçalves como "grande chefe".

"PMDB não é para amadores"

O deputado amazonense Pauderney Avelino, vice-líder do DEM na Câmara, disse que o PMDB "não é para amadores" ao comentar a saída Serraglio.

"É uma decisão dele (Serraglio), e ele é da bancada do PMDB. O PMDB, eu confesso, não é para amadores", afirmou o deputado do DEM, um dos principais partidos da base do governo.

Já o deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso, foi ainda mais econômico ao comentar a situação.

"Normal. Está tudo normal", disse, enquanto andava apressado por um dos corredores da Câmara.

*Colaborou Bernardo Barbosa