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Líder do PSDB na Câmara diz que partido recorrerá da decisão do TSE

12.jun.2017 - Da esq. para a dir.: senador Paulo Bauer (SC), deputado Ricardo Tripoli (SP), João Doria (prefeito de São Paulo), Geraldo Alckmin (governador de SP) e Marconi Perillo (governador do Goiás) participam de plenária do PSDB em Brasília - Divulgação/PSDB
12.jun.2017 - Da esq. para a dir.: senador Paulo Bauer (SC), deputado Ricardo Tripoli (SP), João Doria (prefeito de São Paulo), Geraldo Alckmin (governador de SP) e Marconi Perillo (governador do Goiás) participam de plenária do PSDB em Brasília Imagem: Divulgação/PSDB

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

12/06/2017 22h15Atualizada em 12/06/2017 23h52

Líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Ricardo Trípoli (SP) afirmou na noite desta segunda-feira (12) que o partido vai recorrer da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de livrar da cassação a chapa Dilma-Temer. A ação foi proposta pela legenda tucana em 2014, após as eleições das quais o então candidato Aécio Neves, hoje senador afastado, saiu derrotado no segundo turno.

Os tucanos se reuniram nesta segunda na sede do partido, em Brasília, para debater se deveriam manter o apoio ao governo do presidente Michel Temer (PMDB). Pouco antes, o senador tucano José Serra (SP) afirmou que os integrantes do diretório nacional da legenda decidiram permanecer na base governista.

Ainda de acordo com Trípoli, a forma de recurso vai depender do departamento jurídico da sigla. Questionado se não era contraditório insistir na cassação e ficar no governo, ele afirmou que "o PSDB não mudou de posição" em relação à ação no TSE. "Incoerência seria não recorrer", declarou.

O presidente interino da legenda, Tasso Jereissati, reiterou as palavras de Trípoli.

"Ainda não foi publicado o acórdão da decisão. A minha opinião como presidente do partido é de recorrer, mas só falaremos disso quando houver a publicação", afirmou ele. "Acho que devemos recorrer porque nós é que entramos com a ação. Achamos que houve corrupção e uso indevido do dinheiro público nas eleições de 2014, e não temos porque ficarmos calados."

Na última sexta-feira (9), por 4 votos a 3, os ministros do TSE decidiram absolver a chapa Dilma-Temer da acusação de abuso de poder econômico e político na campanha eleitoral de 2014. O placar foi o mesmo na decisão de ignorar os depoimentos de delatores da Odebrecht, do marqueteiro João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, entendendo que o conteúdo das delações eram fatos novos que não estavam presentes na petição inicial apresentada pelo PSDB.

Partido de olho em denúncia contra Temer

Trípoli ainda sinalizou que, apesar de o partido se manter na base aliada, vai orientar a bancada da PSDB a votar pelo recebimento de uma eventual denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Temer. A expectativa é que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhe um pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) na semana que vem.

"A aferição dessas questões é fundamental. Quando você recebe uma denúncia, você dá direito de defesa. Se vier à Câmara, eu não tenho dúvida que o PSDB vai colaborar para que esses fatos sejam elucidados", declarou.

"Toda investigação vai ser defendida pelo PSDB sempre. Seja para pessoas do nosso partido ou não", completou.

Sobre o tema, o senador Tasso Jereissati (CE) disse que não existe qualquer decisão de fechar questão com relação à apreciação de eventual denúncia contra Temer na Câmara.

"Como a bancada tem posições diferentes, vai ser uma voto de consciência e não de partido".