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Em vídeo, Temer comete nova gafe e diz que governo quer "voltar o desemprego"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

07/07/2017 15h21Atualizada em 07/07/2017 17h19

Em vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira (7), o presidente da República, Michel Temer, cometeu uma nova gafe e afirmou que o governo está trabalhando para “voltar o desemprego”. O certo, no caso, seria “voltar o emprego”, como vem ressaltando nos últimos meses.

A declaração foi gravada após a participação do presidente em uma das sessões plenárias da cúpula do G20, que reúne as 20 maiores potências mundiais, que começou nesta sexta em Hamburgo, na Alemanha. O encontro vai até este sábado (8).

“Cada país fez um relato daquilo que está fazendo no seu país, como eu pude fazer um relato daquilo que nós estamos fazendo no Brasil. Gerando, exatamente, inflação baixa, reduzindo os juros, fazendo voltar o desemprego e combatendo a recessão”, afirmou no vídeo.

Durante os trabalhos do G20, a comitiva brasileira tem focado na retomada do crescimento econômico do país e reforçado que, em um momento de grande protecionismo por parte das potências mundiais, o Brasil defende a agenda da inclusão. Os integrantes brasileiros ainda reforçaram o apoio do país ao Acordo de Paris, que pretende reduzir a emissão de gás estufa no mundo.

Ao contrário dos vídeos gravados no Palácio do Planalto ou da Alvorada, em Brasília, o desta sexta foi feito sem o uso de equipamentos de edição e tratamentos de imagem.

Temer no G20

Michel Temer viajou de Brasília para Hamburgo no início da tarde desta quinta-feira (6). A comitiva de Michel Temer é formada pelos ministros Henrique Meirelles (Fazenda), que já estava no G20, e Aloysio Nunes (Relações Exteriores), assessores e o deputado federal Beto Mansur (PRB-SP), um dos integrantes da chamada "tropa de choque" do presidente.

Pela manhã, ele participou de uma reunião com os chefes de Estado dos países do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os participantes do encontro foram Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China) e Jacob Zuma (África do Sul). A reunião dessa semana será preparatória para a cúpula oficial do Brics a ser realizada em 3 e 4 de setembro em Xiamen, na China.

Temer também conversou, reservada e separadamente, com Putin, Modi, e um representante da União Europeia junto ao presidente da Argentina, Mauricio Macri. Segundo o presidente, no vídeo, há um interesse “muito grande” pela situação atual do Brasil assim como interesse da comitiva brasileira em realizar negociações com outros países presentes à cúpula.

Temer ainda exaltou a ida do país ao G20. Inicialmente, ele cancelou a viagem para o encontro devido ao agravamento da crise política no Brasil. Após conversas com diplomatas e assessores, porém, voltou atrás e resolveu viajar.

“A nossa presença aqui, a presença do Brasil, tem sido extremamente útil para o Brasil e útil para o G20”, disse.

Durante os trabalhos do G20, a comitiva brasileira tem focado na retomada do crescimento econômico do país e reforçado que, em um momento de grande protecionismo por parte das potências mundiais, o Brasil defende a agenda da inclusão. Os integrantes brasileiros ainda reforçaram o apoio do país ao Acordo de Paris, que pretende reduzir a emissão de gás estufa no mundo.

Ao longo do dia, ele participou de encontros com presidentes e primeiros-ministros, no centro de convenções de Hamburgo, em que trataram de temas como economia, meio-ambiente, migração e terrorismo. Nesta sexta, também foi tirada a chamada "foto de família", que reúne todos os integrantes da cúpula. Temer posou para o retrato no canto direito da primeira fileira do grupo.

À noite, todos assistiram a um espetáculo da Orquestra Filarmônica de Hamburgo na Elbphilharmonie, uma das melhores salas de concerto do mundo.

O retorno da comitiva está previsto para o início da tarde deste sábado, hora local de Hamburgo.

Outras gafes

Esta não é a primeira vez que o presidente Michel Temer comete gafes em declarações ou missões no exterior. Em viagem à Noruega em 23 de junho, o presidente chamou o rei Harald V de “rei da Suécia”.

Já em discurso no Palácio do Planalto, logo após a viagem à Rússia, por onde passou antes de ir ao país nórdico, Temer chamou os empresários russos de “soviéticos”. “[...] nós pudemos verificar o interesse extraordinário de empresários soviéticos e noruegueses, no nosso país”, afirmou.

Antes de embarcar, a agenda oficial de Temer já havia cometido a gafe. No último dia 19, a agenda divulgada pelo Planalto anunciou em seu site a visita de Michel Temer à "República Socialista Federativa Soviética da Rússia", denominação que deixou de ser usada em 1991 após o fim da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Em outras ocasiões, Michel Temer também se enganou e chamou a moeda brasileira real de “cruzeiro”.