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Lula defende Maduro após ameaça militar de Donald Trump à Venezuela

3.dez.2016 - Os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, além do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (d), comparecem ao funeral do líder cubano Fidel Castro ao lado do presidente de Cuba, Raúl Castro - Carlos Barria/Reuters
3.dez.2016 - Os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, além do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (d), comparecem ao funeral do líder cubano Fidel Castro ao lado do presidente de Cuba, Raúl Castro Imagem: Carlos Barria/Reuters

Daniela Garcia

Do UOL, em São Bernardo do Campo (SP)

15/08/2017 19h08Atualizada em 15/08/2017 21h54

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira (15) o governo do presidente Nicolás Maduro da Venezuela.

Em evento realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), o petista afirmou que Maduro pode não ter "a eloquência e o charme" do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, mas ele não pode sofrer a ameaça de uma intervenção militar do governo norte-americano, como prometeu nesta semana Donald Trump, presidente dos EUA.

"O "Seu Trump" precisa aprender que a gente não resolve conflitos políticos com armas, mas com diálogo, conversa, acordos. E se ele não sabe fazer nós aqui na América Latina podemos ensinar”, disse a uma plateia de argentinos e brasileiros no começo da noite desta terça.

Na última sexta (11), o presidente dos EUA afirmou que o país tem "tropas no mundo todo" e que "a Venezuela não está muito longe", insinuando uma ameaça de intervenção militar.

Foi a primeira vez que Lula saiu em defesa de Maduro desde o agravamento da crise política na Venezuela. Antes dele, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), já havia manifestado apoio público ao regime bolivariano do país sul-americano.

"A gente não pode permitir que qualquer que seja o erro que o Maduro tenha cometido ou que venha a cometer permita que um presidente americano diga que vai utilizar a força para poder derruba-lo", disse Lula durante lançamento do Instituto Futuro, mantido pela Umet (Universidade Metropolitana para a Educação e o Trabalho) de Buenos Aires, em parceria com o Ciasco (Conselho Latino Americano de Ciências Sociais).

Lula foi escolhido para ser patrono do instituto e não economizou no "portunhol" durante o evento. Enalteceu a realização do evento no sindicato do ABC. "Aqui não é sindicato de "San Paolo", falou.

Pré-campanha no Nordeste

A dois dias de iniciar sua viagem de pré-campanha pelo Nordeste, Lula afirmou nesta noite que assim como na América Latina, "a política aqui no Brasil está complicada". "A política está judicializada e o Judiciário está politizado", disse ele, que foi condenado a 9 anos e meio de prisão pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela primeira instância da operação Lava Jato em Curitiba, na ação do tríplex no Guarujá (SP).

Lula começa nesta quinta-feira (17) uma caravana por 28 cidades nordestinas em 20 dias. Ao UOL, o petista afirmou que está "preparado" para encarar o roteiro que será feito em ônibus. "Estou vivendo um momento de muita intensidade e de muito preparo físico para aguentar os 20 dias."

A viagem terminará em 5 de setembro, a oito dias do novo depoimento que prestará ao juiz federal Sérgio Moro, na ação penal relativa ao terreno supostamente doado pela empreiteira OAS para sediar o Instituto Lula.