Lula diz que "canalhas" da Lava Jato não acharam "coisa errada" contra ele, mas acertaram "revoada de tucanos"
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em discurso na noite deste sábado (26), em João Pessoa, que nenhum "canalha" teve coragem de apontar "nada errado" que ele fez em sua vida e que a operação Lava Jato "derrubou" todos do PSDB. O discurso foi feito em praça pública após receber o título de cidadão pessoense, concedido em 1997.
"Já tenho 20 horas gravadas de Jornal Nacional; dezenas de capas de revistas; já tenho dezenas, dezenas, centenas de páginas de jornais, entrevistas de rádio, e, até agora, nenhum canalha teve coragem de dizer que teve uma coisa errada na minha vida", disse.
"Já foram na Suíça, na Tailândia, na Índia, em Nova York. Vasculharam dinheiro. Eu desafio o Ministério Público, juiz, e Polícia Federal a mostrar um centavo que tenha sido ganho de forma ilegal. Eu tenho compromisso de vida. Caráter a gente não compra, não tem para vender no mercado, nem no sacolão, nem no melhor shopping, adquire no berço, vem da educação de pai ou de mãe, não se aprende em universidade. Nasce com cada um", afirmou o petista.
Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa do ex-presidente já recorreu. Se Lula for condenado em segunda instância, pode ficar fora da disputa eleitoral do próximo ano com base na Lei da Ficha Limpa.
No discurso mais duro que fez até agora contra a Lava Jato durante a caravana que faz pelo Nordeste, Lula também atacou o PSDB. "Eles estão julgando não é o Lula, porque eles sabem quem pegou dinheiro. Os tucanos que eram super corretos, bastou um tiro de garrucha e caiu toda revoada de tucano", disse o presidente.
Políticos tucanos, como o presidente licenciado do partido, Aécio Neves (PSDB-MG), também são investigados pela Lava Jato.
Para o ex-presidente, o direito de defesa dos investigados da operação está sendo cerceado.
"Essa gente já está com três anos de operação. Já prenderam governador, muitos empresários. O que defendo para todo mundo é o que defendo para mim: todo mundo é inocente até que se prove o contrário", disse.
Lula ainda comparou a situação atual com o período do escândalo do mensalão, em 2005, quando estava na presidência.
"Hoje tenho consciência do que está acontecendo. Se não barrarem a minha candidatura, eles não têm como explicar o golpe. Vão ter de trabalhar muito. Como fiz em 2005, quando tentaram fazer a mesma coisa. Lembro que disse aos empresários: essa elite levou Getúlio Vargas à morte, não deixou o João Goulart governar, não queria deixar o Juscelino tomar posse. Eu não tenho vocação, nem de Juscelino, nem Getúlio, nem de João Goulart. Eu não tenho para onde ir que não seja as ruas desse país", afirmou.
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), também criticou a Lava Jato e defendeu Lula.
"Na política, tem muita gente safada, muita gente que merece estar atrás das grades. Condenam sem ter uma única prova, enquanto ladrões estão soltos e processos não andam. Querem que o povo brasileiro não tenha uma alternativa popular para derrotar as elites", disse.
Nesse domingo Lula ainda realiza um ato com o tema água em Campina Grande (PB). Em seguida, segue para o Rio Grande do Norte, onde visitará Currais Novos e Mossoró.
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