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Ministro do STF nega a amigo de Temer acesso a delação de Funaro

21.jun.2013 - Michel Temer na Festa de 50 anos de casados do advogado Jose Yunes - 21.jun.2013 - Zanone Fraissat/Monica Bergamo/Folhapress
21.jun.2013 - Michel Temer na Festa de 50 anos de casados do advogado Jose Yunes Imagem: 21.jun.2013 - Zanone Fraissat/Monica Bergamo/Folhapress

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

19/09/2017 16h57Atualizada em 19/09/2017 20h44

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin negou nesta terça-feira (19) o pedido do advogado José Yunes de ter acesso à delação do corretor de valores Lúcio Funaro.

Ao negar o pedido, o ministro afirma que a delação ainda está sob sigilo.

Yunes é amigo do presidente Michel Temer (PSDB) e foi citado na delação de executivos da Odebrecht como tendo sido intermediário de pagamentos feitos ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB).

A delação de Funaro serviu de base à segunda denúncia apresentada contra o presidente Temer e é esperado que também traga um relato sobre a suposta entrega de valores no escritório de Yunes.

O ex-executivo da empreiteira Cláudio Melo Filho afirmou que parte do dinheiro prometido ao PMDB foi entregue no escritório de advocacia de Yunes em São Paulo.

O advogado afirma que recebeu um pacote entregue por Funaro, mas que não sabia qual o conteúdo do envelope, que foi buscado em seguida por uma pessoa que ele não identificou.

Yunes foi assessor do Palácio do Planalto no início a gestão do peemedebista. Ele pediu demissão do cargo após a delação de Melo Filho ser divulgada. Yunes sempre negou a prática de qualquer ato ilícito. https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/12/14/assessor-de-temer-que-teria-recebido-dinheiro-da-odebrecht-pede-demissao.htm

Cláudio Melo Filho afirmou em seu depoimento que Temer pediu dinheiro à Odebrecht durante um jantar em 2014 no Palácio do Jaburu com a participação do ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht.

Do total de R$ 10 milhões, valor definido por Marcelo Odebrecht, segundo o delator, R$ 4 milhões foram repassados por meio de Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil, e R$ 6 milhões foram destinados à campanha de Paulo Skaf, que disputou o governo de São Paulo pelo PMDB.

Temer e Padilha têm afirmado não ter praticado irregularidades na sua relação com a Odebrecht. A assessoria de Skaf, que é presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), afirmou que a campanha dele ao governo paulista nunca recebeu doações da Odebrecht por meio de caixa dois (não declaradas à Justiça Eleitoral) e que o então candidato não participou do jantar entre Temer e Odebrecht.