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Em bate-boca na CCJ, deputado diz ser "uma pena" não ter algemas; "Bolsonaro vem aí", diz outro

Em 2ª denúncia, Temer é acusado de dois crimes

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

18/10/2017 13h59Atualizada em 18/10/2017 17h20

Os deputados federais Delegado Waldir (PR-GO) e Paulo Teixeira (PT-SP) discutiram durante sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados desta quarta-feira (18) que debate a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).

Waldir disse que gostaria de ter uma algema para prender alguns dos parlamentares presentes.

“Muitos parlamentares que estão aqui deveriam estar presos, pena que eu não tenho algema aqui e não posso algemar vários parlamentares”, disse Waldir. A fala gerou revolta de Teixeira e outros deputados presentes na sessão.

Após ter mais um minuto de fala, Waldir volta a dizer que muitos parlamentares deveriam estar presos e novo conflito se instaurou. Alguém grita: “Bolsonaro está vindo aí”, quando Teixeira e Waldir batiam boca.

Os ânimos são apaziguados pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que evocou a imunidade parlamentar dos dois deputados. “E é inviolável para os seus atos e manifestações no exercício do seu mandato”, afirmou.

Os deputados analisam a segunda denúncia contra Temer apresentada pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, no dia 14 de setembro. Em junho, Janot já havia denunciado o presidente pelo crime de corrupção passiva, mas desta vez, Temer foi acusado de formar organização criminosa e de obstruir a Justiça.

De acordo com a denúncia, Temer e outros membros do PMDB praticaram atos ilícitos em troca de propina, usando-se do cargo e de instituições públicas. Além de Temer, são acusados Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos do PMDB.

Próximos passos

Na sessão de hoje da CCJ, também falaram as defesas de Temer e dos ministros. Encerrada as falas das defesas, em seguida as lideranças partidárias terão a oportunidade de orientar suas bancadas por até sete minutos cada, totalizando quase duas horas e meia. A votação do parecer deve ocorrer logo depois.

A escolha de Andrada e a elaboração de seu parecer a favor dos investigados foram feitas sob protestos da ala tucana anti-Temer. Para apaziguar os ânimos, o governo articulou para que Andrada escrevesse o parecer na cadeira do PSC, sigla do líder do governo no Congresso, André Moura (SE), e não na cadeira do PSDB na CCJ.

No documento, Andrada criticou a delação premiada de executivos da JBS ao Ministério Público – base da peça da PGR –, defendeu a conduta dos três acusados e questionou ações do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enquanto à frente da instituição.