Ex-assessor diz à PF que contava dinheiro vivo a pedido de Geddel
Assessor parlamentar que trabalhou com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e com o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Ribeiro Brandão afirmou, em depoimento à Polícia Federal, já ter contado cédulas de dinheiro, em envelopes que continham de R$ 50 mil a R$ 100 mil, a pedido de Geddel.
O assessor dos irmãos Vieira Lima foi preso no curso das investigações que encontraram R$ 51 milhões em dinheiro num apartamento em Salvador que estaria sob responsabilidade de Lúcio e Geddel.
A Polícia Federal encontrou impressões digitais de Brandão nos sacos plásticos que envolviam as notas. Impressões digitais de Geddel e de um aliado do peemedebista também foram encontradas nos sacos plásticos.
O dono do apartamento, Silvio da Silveira, afirmou à Polícia Federal que entregou as chaves do imóvel a Lúcio Vieira Lima. O deputado federal teria pedido o apartamento emprestado com o argumento de que precisava guardar documentos da família.
Geddel teve a prisão preventiva decretada por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin.
Job Brandão prestou depoimento à Polícia Federal em 19 de outubro, em Salvador. O documento com as declarações foi anexado ao processo no STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga a participação de Lúcio Vieira Lima no episódio.
Em seu depoimento, o antigo assessor dos Vieira Lima afirma que recebeu de Geddel dinheiro em envelopes pardos para que ele contasse o valor. As somas giravam em torno de R$ 50 mil a R$ 100 mil, segundo Brandão.
Ele afirmou que os pedidos passaram a ter maior frequência a partir de 2010 e costumavam ser feitos num apartamento da mãe de Geddel, em Salvador, num gabinete reservado.
Job Brandão disse não saber qual a origem ou a destinação dada ao dinheiro contado por ele, e também afirmou não ter conhecimento sobre o apartamento onde foram encontrados os R$ 51 milhões.
No depoimento, Brandão diz nunca ter recebido dinheiro de Lúcio nessas circunstâncias.
O ex-assessor disse também ter manuseado dinheiro de um posto de combustíveis ligado à família de Geddel. Nessas ocasiões, ele disse que o dinheiro era contado e em seguida depositado no banco.
Geddel é investigado pelo recebimento de propina por parte de empresários em troca de facilitação ou liberação de créditos da Caixa Econômica Federal, banco no qual ele foi vice-presidente de Pessoa Jurídica durante parte do primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Job Brandão foi demitido do cargo de assessor após ser envolvido na investigação e ter a prisão domiciliar decretada pelo ministro Edson Fachin. Brandão disse trabalhar com a família Vieira Lima há 28 anos, tendo sido assessor do pai de Geddel, Afrísio Vieira Lima, e do próprio Geddel durante os mandatos do ex-ministro como deputado federal.
Segundo o delator Lúcio Funaro, Geddel teria recebido ao menos R$ 20 milhões em propinas. Funaro disse que o ex-ministro recebia dinheiro em malas entregues pessoalmente por ele.
Os advogados do ex-ministro e de Lúcio Vieira Lima têm afirmado que eles jamais participaram de qualquer esquema ilegal em órgãos públicos.
A defesa dos Vieira Lima ainda não se manifestou sobre a suposta relação deles com o dinheiro e tem dito que irá se pronunciar após ter acesso à íntegra dos autos da investigação.
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