Moro determina que Lula deixe sede da PF para ser interrogado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve deixar a sede da PF (Polícia Federal) em Curitiba pela primeira vez no dia 11 de setembro, quando será interrogado pelo juiz federal Sergio Moro no processo sobre o sítio de Atibaia. Nesta quarta-feira (27), o magistrado expediu um ofício para que a PF tome as “providências necessárias para a realização de escolta” de Lula para a sede da Justiça Federal na capital paranaense, onde será realizada a audiência.
Caso não haja uma decisão judicial para conceder a liberdade a Lula --o que pode acontecer no STF (Supremo Tribunal Federal)--, essa será a primeira ocasião, depois de cinco meses, em que o petista sairá do 4º andar da sede da PF, onde está custodiado.
Lula está preso desde 7 de abril para cumprir sua pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, investigados pela Operação Lava Jato.
Além de Lula, também serão escoltados outros dois réus do processo do sítio que também estão custodiados na sede da PF: Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, e Agenor Franklin de Magalhães Medeiros, ex-diretor da mesma empresa.
Consultada pelo UOL, a defesa de Lula ainda não avaliou se irá pedir para que a audiência seja realizada por meio de videoconferência, como seria feito no processo da Operação Zelotes, que tramita na Justiça Federal no Distrito Federal.
Em função da situação de Lula, o juiz Vallisney de Souza Oliveira aceitou o pedido da defesa e do próprio ex-presidente para que os argumentos do petista fossem ouvidos à distância e da sede da PF, e não da Justiça Federal em Curitiba, que seria o comum. O trajeto entre os dois prédios é de cerca de cinco quilômetros. O interrogatório para Brasília foi adiado para dia indeterminado.
Desde que foi preso, Lula só teve uma aparição pública, em 5 de junho, em depoimento como testemunha de defesa do ex-governador Sergio Cabral. O encontro foi marcado por piadas.
No processo do sítio, é investigado se Lula recebeu cerca de R$ 1 milhão das empresas Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas na propriedade, que era frequentada por ele e sua família. O MPF (Ministério Público Federal) diz que o sítio, registrado em nome de outras pessoas, pertence, na verdade, ao ex-presidente. A defesa de Lula nega.
Esse será o terceiro encontro entre Lula e Moro. Em maio do ano passado, o petista foi ouvido no processo do tríplex, pelo qual já foi condenado. Em setembro de 2017, Lula foi ouvido em um processo que envolve um terreno para o Instituto Lula. Essa ação ainda está em andamento.
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