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Ida de Bolsonaro a Brasília mostra afago a Forças Armadas em série de reuniões

06.nov.2018 - Jair Bolsonaro se encontra com general Villas Bôas, do Exército, em dia de reuniões em Brasília - Reprodução/Twitter/Gen_Villas_Boas
06.nov.2018 - Jair Bolsonaro se encontra com general Villas Bôas, do Exército, em dia de reuniões em Brasília Imagem: Reprodução/Twitter/Gen_Villas_Boas

Gustavo Maia e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

06/11/2018 19h39

No seu primeiro dia de atos oficiais como presidente eleito, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) fez nesta terça-feira (6) um afago às Forças Armadas durante visitas em Brasília ao Ministério da Defesa, à Marinha e ao Exército --do qual é capitão reformado.

Ao longo do dia, ele afirmou que "os militares terão lugar de destaque" no seu governo e anunciou que as instituições ficarão fora do corte de gastos públicos prometido durante a campanha, conforme avaliação feita pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Em contrapartida, recebeu dos ex-colegas de farda saudações de "camaradagem".

Para completar o tour militar, o primeiro compromisso de Bolsonaro nesta quarta (7) será um café da manhã com o comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato.

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O primeiro militar a vencer uma eleição pelo voto direto no país desde o general Eurico Gaspar Dutra, em 1945, viajou no início da manhã do Rio de Janeiro para Brasília e logo se dirigiu para o Congresso Nacional, onde participou de solenidade de celebração aos 30 anos da Constituição de 1988.

Bolsonaro esteve sempre acompanhado do vice, o general da reserva do Exército Antônio Hamilton Mourão, que viajou com ele em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), e do também general Augusto Heleno, já anunciado como futuro ministro da Defesa ou do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Cotado para assumir um eventual ministério da Infraestrutura, o general Oswaldo Ferreira também integrou a comitiva.

Depois de deixar o Ministério da Defesa, o presidente eleito se colocou como um militar. "Sempre nós fomos, ao longo dos últimos anos, os primeiros a serem contingenciados nos momentos mais difíceis", declarou.

Na entrada, ele havia afirmado que a decisão de não reduzir os recursos para as Forças Armadas seria um "reconhecimento" a quem os trata "com tanto zelo".

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Primeiro militar a ocupar a pasta, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, contou que teve um "conversa de camaradas" com Bolsonaro, em que ele reforçou "a importância que considera nas Forças Armadas nessa conjuntura no país com as dimensões do Brasil".

Em seguida, comemorou o anúncio do presidente eleito. "Isso é positivo porque a gente precisa de um planejamento desde o início do ano, que seja uma previsibilidade do orçamento", disse. Segundo o ministro, desta forma será possível dar celeridade a projetos estratégicos que já estão contratados.

O último compromisso de Bolsonaro com os militares nesta terça foi no quartel-general do Exército, onde se encontrou com o comandante da Força, general Eduardo Villas Bôas. O presidente eleito chegou e saiu do complexo junto com a comitiva por meio de portão privativo no subsolo.

Apesar de haver estrutura montada, o capitão reformado do Exército não falou com a imprensa após o encontro. Um grupo de militares que trabalha no quartel-general desceu à recepção principal com celulares nas mãos para fotos na expectativa de vê-lo, sem sucesso.

No Twitter, Villas Bôas afirmou que o encontro aconteceu em “ambiente de sã camaradagem”. Ele disse ter cumprimentado o presidente eleito --futuro comandante em chefe das Forças Armadas-- e conversado sobre “assuntos de interesse” do Exército.

Depois da ida ao QG do Exército, Bolsonaro se dirigiu ao apartamento funcional da Câmara que mantém na Asa Norte, bairro de Brasília. Ele recebeu a visita do filho Jair Renan, 20, e de integrantes de seu gabinete parlamentar.

Um dos funcionários chegou com uma sacola com presentes, entre os quais um submarino preto em miniatura. Segundo ele, alguns dos objetos foram dados por militares.