Governo Bolsonaro teve 3ª queda de ministro mais rápida desde 1989
Gustavo Maia e Hanrrikson de Andrade
Do UOL, em Brasília
18/02/2019 18h41Atualizada em 18/02/2019 20h23
Resumo da notícia
- Presidente do PSL na eleição de 2018, Bebianno teria autorizado verba do fundo partidário para candidata laranja em PE
- Ele negou ter responsabilidade sobre os repasses do PSL, e disse ter conversado com o presidente "três vezes" durante internação
- Carlos, filho do presidente, diz que a conversa do ministro com o pai é "mentira absoluta"
- Bebianno mantém sua versão, e áudios de conversas dele com Bolsonaro chegam à imprensa
- Após o vazamento, Bolsonaro decide demitir Bebianno
A demissão de Gustavo Bebianno (PSL) da Secretaria-Geral da Presidência da República é a terceira queda de ministro mais rápida desde a redemocratização no país, em 1989.
Pivô do escândalo de candidaturas laranjas de mulheres revelado em reportagem da Folha de S.Paulo, o agora ex-chefe da pasta foi exonerado hoje 48 dias depois de tomar posse do cargo. À frente dele no quesito menor duração no cargo estão Romero Jucá e Joaquim Roriz, este último morto em setembro do ano passado.
Romero Jucá (MDB): Exonerado após 12 dias pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2016.
Veja também
Joaquim Roriz: Pediu demissão após 14 dias para concorrer ao governo do estado do Distrito Federal, em 1990. Era ministro da Agricultura e da Reforma Agrária do hoje senador Fernando Collor (Pros-AL).
Gustavo Bebianno (PSL): Exonerado após 48 dias pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PSL).
Gustavo Krause: ex-chefe da Fazenda no governo de Itamar Franco (1992-1994), Krause esteve no cargo por 75 dias, entre 2 de outubro de 16 de dezembro de 1992. Foi a quarta demissão mais rápida.
Outros ministros
Na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), presidente de 1995 a 2002, a primeira baixa foi a do então ministro da Aeronáutica, Mauro José Miranda Gandra. Ele foi empossado em 1º de janeiro de 1995 e demitido em 21 de novembro daquele ano. A pasta foi interiormente incorporada ao Ministério da Defesa.
Já Lula, eleito em 2002 e reeleito em 2006, implementou sua primeira reforma ministerial cerca de um ano após o início de seu primeiro mandato. Na ocasião, seis ministros foram demitidos: Miro Teixeira, Benedita da Silva, José Graziano, Emília Fernandes e Cristovam Buarque.
No governo de sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), o primeiro a cair foi o então chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. A exoneração ocorreu em 7 de junho de 2011.