Josias de Souza

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Fake news sobre enchente dá ao país uma aparência de ratocracia

Eles se definem como homens de bem. Mas, nas horas vagas, exibem nas redes sociais um comportamento canalha. Pioram o flagelo das enchentes no Rio Grande do Sul com uma inundação de mentiras nas redes sociais.

Filho de um ex-presidente que passeava de jet ski na praia enquanto temporais castigavam a Bahia, o deputado Eduardo Bolsonaro postou que o governo Lula retardou o socorro ao Rio Grande do Sul.

O senador Cleitinho e o influenciador Pablo Marçal, ambos bolsonaristas de mostruário, publicaram que o governo gaúcho estaria barrando caminhões de donativos por falta de nota fiscal.

A onda de fake news chegou ao gabinete de crise que monitora em Brasília o socorro federal aos gaúchos. Ganhou o noticiário trecho de um áudio da reunião de terça-feira. A certa altura, o ministro Rui Costa (Casa Civil) diz ter pedido a Ricardo Lewandowski para acionar a Polícia Federal.

Na sequência, ouve-se o ministro Paulo Pimenta (Secom) dizer o seguinte: "Tem que botar para foder com os caras". Uma voz não identiticada responsabiliza os "bolsonaristas" pela difusão de mentiras. Diz que seria preciso mandar prender. Pimenta concorda: "Manter presos".

Ainda não havia redes sociais quando Nelson Rodrigues disse que "o homem de bem é um cadáver mal informado. Não sabe que já morreu". Hoje, o homem de bem bolsonarista percorre a internet como um zumbi da desinformação. Com as fake news sobre a enchente gaúcha dão ao país uma incômoda aparência de ratocracia.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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