Rodrigo Maia diz que não indicaria filho para ser embaixador
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse ontem que não indicaria um filho para ser embaixador, mas defendeu o direito do presidente Jair Bolsonaro de fazê-lo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) deve ser o indicado para assumir a embaixada brasileira nos Estados Unidos, o que tem provocado críticas de diplomatas e políticos.
Em entrevista à Globo News, Maia defendeu que parentes podem ser indicados para cargos desde que tenham a qualificação adequada. Quando questionado se indicaria um filho seu para ser embaixador ele disse que "pessoalmente, não".
Apesar disso, o presidente da Câmara lembrou que seu pai, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia, já indicou um familiar para cargo público. "Meu pai já indicou parente para o governo, pessoas de qualidade para secretariado, então não acho que isso seja um problema, contanto que a pessoa tenha as condições para exercer aquela função. Eu pessoalmente não [indicaria], mas não quer dizer que um parente com muita qualidade não possa ter uma secretaria de economia, uma secretaria de educação".
Para ele, cabe ao presidente avaliar todos os ônus e bônus que essa indicação pode trazer. "Certamente ele acha que o filho, estando lá, aproxima a relação dele com o governo americano. O ônus: para quem está construindo um ambiente da nova política, não parece para os eleitores mais radicais da nova política que esse é um movimento correto. Ele que tem que avaliar qual que é o melhor caminho para ele", disse.
Se ele entender que o filho tem as condições e a qualificação para ser o embaixador do Brasil nos EUA, é uma decisão dele. Ele vai ter o bônus e o ônus dessa decisão
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, sobre possível indicação de filho de Bolsonaro para ser embaixador
As críticas em torno da indicação de Eduardo, para além da acusação de nepotismo, são devido à falta de experiência do deputado com diplomacia.
O presidente defende a nomeação do seu filho para o cargo na embaixada. "[Ele] ganhou notoriedade, rodou o mundo e tem amizade com a família Trump". O próprio Eduardo disse ser qualificado por ser presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, ter feito intercâmbio e fritado hambúrguer nos Estados Unidos.
A indicação ainda precisa passar pela sabatina do Senado e ser aprovado pelo plenário da Casa, o que deve demorar pelo menos 45 dias, já que existe uma "fila" de indicações de embaixadores para analisar.
A decisão de Toffoli
Durante a entrevista - que focou em falar majoritariamente sobre a aprovação da reforma da Previdência -- Rodrigo Maia também falou sobre a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender as investigações com dados bancários e fiscais compartilhados sem autorização judicial.
Segundo ele, há polêmica desnecessária nesse caso e defendeu que o ministro solte uma nota para esclarecer a decisão.
"Às vezes a gente cria uma polêmica numa decisão tomada sem compreender direito qual foi a decisão que o ministro tomou. Eu tenho certeza que o presidente Toffoli tomou uma decisão baseada no regramento brasileiro das leis, na nossa constituição. Porque ele tem feito assim nos últimos anos. Eu acho bom que ele solte a nota para esclarecer, para que não fique a impressão que ele tomou a decisão para frear todas as investigações. Eu duvido que esse seja o objetivo do ministro Toffoli".
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