Bolsonaro diz que Guedes definirá futuro de presidente do Coaf
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje de manhã que cabe ao ministro da Economia, Paulo Guedes, manter ou não o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Roberto Leonel.
"Eu dei carta branca a todos os ministros para, vamos assim dizer, indicar as pessoas e o poder de veto. O Coaf, na medida provisória da reestruturação estava com [o Ministério da] Justiça. A partir do momento em que vai para a Economia, é o Paulo Guedes quem define. Ou alguém está desconfiando do Paulo Guedes agora aí? Qualquer um que quiser mudar qualquer coisa, muda sem problema nenhum não. Eu quero é que o seu ministério dê certo", declarou o presidente no Palácio da Alvorada.
Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, Leonel vem sendo alvo de aliados de Bolsonaro após criticar a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de suspender as investigações que usem dados do Coaf, da Receita Federal e Banco Central sem autorização judicial.
Na semana passada, o presidente do Coaf afirmou que a decisão de Toffoli poderá afetar diretamente o combate à lavagem de dinheiro no país. "Não cabe ao Coaf questionar decisões judiciais. No entanto, não há como negar a preocupação com o impacto imediato da decisão liminar e, principalmente, caso seja mantida no julgamento de mérito. Nesse cenário, a efetividade do sistema brasileiro de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, que tanto evoluiu nos últimos anos, ficaria sensivelmente prejudicada", explicou.
Esta é a segunda vez que Bolsonaro cita que cabe a Guedes uma decisão sobre um subordinado à pasta. Em 15 de junho, ele criticou Joaquim Levy, então presidente do BNDES, e disse que Levy estava "com a cabeça a prêmio". No dia seguinte, o ex-presidente do BNDES pediu demissão do cargo.
Leonel foi nomeado ao cargo pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pois o Coaf estava ligado a esta pasta no início do ano. Porém a transferência do órgão para a Justiça foi barrada pela Câmara dos Deputados, e o Coaf voltou a ser subordinada ao ministério da Economia.
Ida a igreja evangélica
Na manhã de hoje, Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada por volta das 9h40 e parou para falar com simpatizantes que o aguardavam na portaria. Ele tirou fotos, gravou vídeos e conversou com presentes.
Depois, seguiu para comemoração de 25 anos da Igreja Fonte da Vida, evangélica neopentecostal. O presidente foi recebido aos gritos de "mito" ao entrar no templo. Convidado a ir ao palco, Bolsonaro abraçou o fundador da igreja, apóstolo César Augusto, agradeceu as palavras de apoio e, ao microfone, ressaltou o apoio da bancada evangélica no Congresso Nacional e disse "é o presidente aqui". No Alvorada e no culto, o presidente esteve acompanhado do líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO).
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