Topo

Esse conteúdo é antigo

Randolfe vê contradição em relatório da PF sobre Flávio Bolsonaro

Senador Randolfe Rodrigues durante entrevista ao UOL - Diego Bresani/UOL
Senador Randolfe Rodrigues durante entrevista ao UOL Imagem: Diego Bresani/UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/02/2020 13h44

Convidado de hoje do programa Morning Show, da rádio Jovem Pan, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) comentou as investigações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) sobre crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

A análise girava em torno das negociações de imóveis e a declaração de bens feita por Flávio na eleição de 2018.

A Polícia Federal concluiu que não há indícios de que o filho do presidente da República tenha cometido os dois crimes, ao passo que um outro inquérito do Ministério Público do Rio de Janeiro aponta suspeitas na prática da "rachadinha", ou seja, a devolução de parte dos salários de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro quando foi deputado estadual no Rio de Janeiro —por quatro mandatos— entre 2003 e 2018.

Para Randolfe Rodrigues, há uma divergência no inquérito que será entregue pela PF nos próximos dias. "O que chama atenção é a contradição com as investigações do Ministério Público do Rio, que tinha apontado até agora informações e indícios muitos fortes das práticas que são diagnosticadas em tese pela Polícia Federal como não ocorridas. O MP aponta a utilização de uma loja do senador no Rio e aquisição de imóveis como mecanismos de lavagem de dinheiro. As conclusões desse relatório da PF são muito contraditórias com as do Ministério Público", disse.

Sobre a abertura de representação pela Rede no Conselho de Ética contra Flávio Bolsonaro, o líder da oposição do Senado pediu cautela até a finalização do inquérito.

"Temos de receber esse relatório para ter a nossa conclusão. É muito prematuro. Um caso que tem dois processos de investigação, com duas conclusões diferentes, é necessário ter cautela para concluir", declarou.

Indagado sobre uma possível interferência indevida do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), no Ministério Público —apontada por Jair Bolsonaro e partidários do presidente—, o senador disse não crer nesta mediação e pregou a autonomia das organizações.

"Eu não acredito em intervenção do governador Witzel na investigação da MP do Rio, como não acredito em intervenção do ministro Sérgio Moro na investigação da Polícia Federal [...] Todas as instituições têm seus erros, suas virtudes e vicissitudes, mas tenho de acreditar nos procedimentos investigatórios que elas conduzem", afirmou.

Ouça o podcast Baixo Clero, com análises políticas de blogueiros do UOL. Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.