"Peço desculpas, porque errei", diz Witzel sobre apoio a Bolsonaro
Em vídeo gravado para marcar o Dia do Trabalho, nesta sexta-feira (1º), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), pediu desculpas por ter acreditado "num projeto com o presidente Jair Bolsonaro", a quem chamou de irresponsável.
"Aproveito, neste primeiro de maio, para pedir desculpas ao povo. Porque eu errei. Erramos. Escolhemos um presidente que é irresponsável, que não entendeu a responsabilidade do cargo que ocupa. Ele, hoje, só pensa nas eleições de 2022 e não exerce aquilo que esperávamos que ele exercesse, que é governar, fazer as reformas necessárias que o Brasil precisa", disse Witzel.
O governador afirmou que, caso Bolsonaro estivesse comprometido com as reformas, a economia poderiam ser menos afetada pelas consequências da pandemia do novo coronavírus. Defendeu reformas tributária e ambiental — segundo ele, "reformas que esperávamos que esse governo que prometeu uma nova política fizesse para você, trabalhador".
Witzel disse que gravou o vídeo a convite de centrais sindicais e agradeceu o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O fluminense dedicou sua fala aos trabalhadores da saúde, da segurança pública, indústrias, postos de gasolina e os que ajudam "minimamente a manter o país e a economia funcionando".
Mais tarde, em entrevista à GloboNews, Witzel voltou a afirmar que o presidente está em campanha e que age prejudicando os estados do Sul e Sudeste.
"A todo momento, preocupado com a campanha de 2022, ele (Bolsonaro) olha para os estados do Sul e do Sudeste e vê adversários. Em razão disso ele orienta os seus líderes no Senado, na Câmara, no sentido de prejudicar os estados", afirmou. "Se o presidente não entender que é preciso governar e não asfixiar os estados do Sul e do Sudeste, que é o que ele vem tentando desde o começo e agora mais ainda, nós vamos ter um problema gravíssimo no Brasil, que é a completa destruição das economias do Sudeste."
Ex-juiz federal, Witzel abandonou a magistratura para se candidatar ao governo fluminense em 2018. Sua campanha surfou a onda bolsonarista do pleito e garantiu ao candidato estreante na política uma arrancada que lhe garantiu o segundo turno contra Eduardo Paes. Desde o ano passado, porém, o governador começou a se distanciar do presidente e tem subido o tom de suas declarações sobre o ex-aliado.
Em março, já em meio à crise do coronavírus, Wtizel afirmou que o Bolsonaro (sem partido) pode ser acusado de crimes contra a humanidade por desrespeitar reiteradamente as determinações sanitárias no combate à covid-19.
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