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Aras pediu só oitiva de Jefferson, mas Moraes determinou apreensão de armas

Ex-deputado segura fuzil, quando disse haver "golpe" contra Bolsonaro e pediu "demissão" de ministros - Reprodução/Twitter
Ex-deputado segura fuzil, quando disse haver "golpe" contra Bolsonaro e pediu "demissão" de ministros Imagem: Reprodução/Twitter

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

27/05/2020 13h09

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou a apreensão de eventuais armas em posse do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) - que já foi condenado por corrupção pela própria corte no mensalão. A ordem está no mandado de busca e apreensão contra o político, que foi obtido pelo UOL.

Roberto Jefferson publicou uma foto em rede social segurando uma arma de alto calibre em que afirma que vai defender o governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Ele disse que um "golpe" contra o presidente estaria sendo montado pelo STF e sugeriu "demitir" magistrados da corte.

Intimado a analisar o caso, o procurador geral da República, Augusto Aras, afirmou que era necessário apenas tomar o depoimento de Jefferson. Sua antecessora, Raquel Dodge, afirmava que o inquérito das fake news era ilegal porque Alexandre de Moraes atua como juiz e investigador ao mesmo tempo.

Para Moraes, há graves indícios de que Jefferson cometeu crimes.

"Os documentos e informações juntados aos autos até o momento, notadamente as reiteradas postagens em redes sociais de mensagens contendo graves ofensas a esta Corte e seus integrantes, com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática, conforme se vê dos relatórios juntados nestes autos no Apenso 71, fornecem sérios indícios da prática de crimes por Roberto Jefferson."

Por isso, além da busca de documentos, ele ordenou a apreensão de armamentos na residência e nos escritórios do ex-deputado. "Determino, ainda, a busca e apreensão que sejam encontradas nos endereços residencial e profissional", escreveu Moraes, na ordem judicial.

O ministro ainda ordenou que contas de Jefferson em três redes sociais sejam suspensas "para a interrupção dos
discursos criminosos de ódio e contrário às instituições democráticas". O ex-deputado deverá prestar depoimento em cinco dias. A busca e apreensão deve recair em computadores, mídias e documentos do político.