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Contra 'temas menores', Caiado torce por trégua entre Bolsonaro e poderes

Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás - Divulgação/Twitter Ronaldo Caiado
Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás Imagem: Divulgação/Twitter Ronaldo Caiado

Do UOL, em São Paulo

25/06/2020 15h07

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), torce por um diálogo "produtivo" entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e os demais Poderes frente ao novo coronavírus. Em entrevista à CNN Brasil, Caiado pediu foco para que "temas menores" sejam deixados de lado por Bolsonaro, em busca de um cenário mais harmonioso.

"Eu posso garantir que estou empenhado em construir esse acesso de todos os presidentes de Poderes. E um diálogo mais produtivo, um diálogo capaz de poder mostrar a preocupação de todos nós, tanto com o risco a milhares de vidas, como também o problema fiscal que o Brasil enfrenta. São problemas graves. Acho que, neste momento, ficar deslocando o debate para o acessório é uma perda de energia enorme", disse o governador goiano, citando idas a Brasília para eventuais discussões.

"O presidente, muitas vezes, se envolve em uma discussão, ou provoca uma discussão de temas menores", acrescentou.

Caiado fez questão de destacar o auxílio emergencial (pago em três parcelas de R$ 600 durante a pandemia) e o socorro financeiro a estados e municípios como medidas positivas do Governo Federal nos últimos meses. No entanto, para ele, a população precisa de um cenário mais tranquilo entre os Poderes.

"O que isso (outros debates) interfere na vida do cidadão? Ele quer saber se vai ter leito no hospital. Ele está desempregado, quer saber se vai retomar o comando da sua vida, o comando de ofertar tranquilidade à sua família. O que esse (outro) debate interessa ao cidadão? Em nada. Temos que fazer o diagnóstico e focar no que é nossa obrigação nesse momento, que é curar o paciente e salvar vidas."

Heleno x PGR

Caiado também adotou uma postura pacificadora a respeito da decisão do procurador-geral da República, Augusto Aras, que decidiu instaurar uma apuração sobre a nota escrita e divulgada pelo ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, em maio.

No documento, Heleno criticava o STF (Supremo Tribunal Federal), por ter dado prosseguimento a um pedido de apreensão do celular de Jair Bolsonaro. Posteriormente, o pedido foi rejeitado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo.

"Eu vejo que precisamos trabalhar no sentido a dar um pouco mais de tranquilidade, transmitir mais calma. Não só as lideranças, mas também os governantes, neste momento de ampla inquietação da população. São fatos que não constroem nada e levam a aumentar uma ansiedade da sociedade brasileira, que precisa de uma mensagem muito mais orientadora", disse Caiado.

"Se teve uma reação, muitos acham também que não deveria ter decisões monocráticas (do STF) sobre assuntos do Executivo, deveriam ser decisões do pleno. A sociedade, posso garantir, está cansada dessa queda de braço e gostaria de ver os Poderes todos sentados à mesa, discutindo, projetando como sobreviver a este momento e ao momento seguinte, que será mais desafiador com a pandemia e suas consequências", acrescentou.