Topo

STJ precisa de dois terços dos votos da Corte Especial para afastar Witzel

Wilson Witzel (PSC) faz pronunciamento após ser afastado do cargo de governador do Rio de Janeiro Imagem: 28/08/2020 - Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

01/09/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Para que decisão que afastou governador seja refendada, é necessário o voto de ao menos 10 dos 15 ministros do colegiado
  • Julgamento está marcado para amanhã, com início às 14h; não estão previstas manifestações da defesa ou da PGR
  • Formada pelos membros mais antigos do tribunal, Corte Especial é responsável por julgar casos de governadores
  • Witzel recorreu ao STF contra o afastamento; uma decisão de Toffoli antes da sessão do STJ pode alterar análise do caso

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) se reúne amanhã para decidir se confirma ou não o afastamento do governador Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, por 180 dias, como determinou na sexta-feira o ministro da corte Benedito Gonçalves.

Para referendar a decisão que mantém Witzel afastado do cargo, é necessário o voto de ao menos 10 dos 15 ministros que integram a Corte Especial, formada pelos membros mais antigos do tribunal (incluindo Gonçalves) e responsável por julgar as ações penais contra governadores. O STJ é composto por 33 ministros.

A sessão vai começar às 14h e será transmitida pelo YouTube do STJ.

No julgamento não estão previstas manifestações da defesa de Witzel ou da PGR (Procuradoria-Geral da República), responsável pelo pedido de afastamento do cargo. Advogados e Procuradoria poderão fazer apenas intervenções pontuais para esclarecer fatos a respeito do processo.

O ministro Benedito Gonçalves determinou o afastamento de Wilson Witzel do cargo de governador por 180 dias, em consequência das investigações da Operação Placebo.

Witzel foi denunciado pela PGR sob a acusação de ter montado um esquema que gerou o pagamento de R$ 554.236,50 em propina por empresários da saúde ao escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel — o que o governador nega ter cometido qualquer irregularidade.

Helena e outras sete pessoas também foram denunciadas pela Procuradoria pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Após o afastamento, Witzel disse haver possível "uso político" da Procuradoria contra seu governo.

A defesa do governador apresentou um recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o afastamento. Um dos argumentos dos advogados de Witzel é que ele não poderia ter sido afastado do cargo antes de o STJ deliberar sobre o recebimento da denúncia.

O recebimento da denúncia é o ato jurídico que determina a instauração de uma ação penal contra os investigados, tornando-os réus perante a Justiça.

Essa etapa do processo ainda não ocorreu. A denúncia contra Witzel apresentada ao STJ ainda está na fase em que cabe aos investigados apresentar defesa prévia.

Somente após essa etapa é que o recebimento da denúncia será julgado pela Corte Especial. Para decidir pela instauração do processo são necessários 8 votos entre os 15 ministros do colegiado.

Nessa segunda-feira, o presidente do STF, Dias Toffoli, pediu informações ao STJ e à PGR antes de analisar o recurso do governador.

Uma decisão de Toffoli antes da sessão da Corte Especial pode mudar o rumo da análise do caso pelo STJ.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

STJ precisa de dois terços dos votos da Corte Especial para afastar Witzel - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Política