Quem são os possíveis candidatos a prefeito de São Paulo nas Eleições 2024?
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) estão tecnicamente empatados na disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo a última pesquisa do instituto Atlas Intel. Além dos dois, mais cinco possíveis candidatos trabalham na pré-campanha, que deve ser oficializada na Justiça Eleitoral até o dia 15 de agosto. Veja quais são, abaixo, por ordem alfabética.
Abraham Weintraub (PMB)
Abraham Weintraub, 52, é formado em ciências econômicas pela USP (Universidade de São Paulo) e mestre em administração pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Ele foi professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mas teve seu salário cortado em 2023 por não comparecer ao trabalho e foi demitido em 2024.
Na política, Weintraub ganhou destaque ao integrar a equipe de transição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após a posse, ele foi nomeado secretário-executivo da Casa Civil, assumindo, posteriormente, o Ministério da Educação, cargo que ocupou até junho de 2020. Depois de deixar o governo, o ex-ministro foi indicado ao Banco Mundial, onde ficou como diretor-executivo até 2022.
Weintraub ainda não teve o apoio declarado de grandes nomes da política. A relação entre ele e Bolsonaro, seu antigo aliado, se deteriorou após as eleições de 2022, quando o ex-presidente optou por apoiar seu então ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, como candidato ao governo de São Paulo.
Altino Prazeres (PSTU)
Metroviário e formado em Matemática pela USP (Universidade de São Paulo), Altino, 55, trabalha no metrô há 25 anos, e foi presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo em duas ocasiões.
O socialista também foi operário químico e presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Pernambuco. Segundo o site do PSTU, ele migrou para São Paulo em 1995. Em 2022, ele concorreu ao cargo de governador do estado, fechando o primeiro turno com 0,05% dos votos.
O pré-candidato não tem apoio de nomes de outros partidos. Em 2022, ele chegou a dizer que demais representantes da esquerda têm ligações com a direita. "Partidos como o PT, PCdoB e a maioria da direção do PSOL estão aliados com parte importante da direita do estado. É como se fosse possível conciliar os interesses dos trabalhadores e dos super-ricos. Nosso projeto é outro", argumentou.
Guilherme Boulos (PSOL)
Guilherme Boulos, 41, é professor, escritor, formado em filosofia e mestre em psiquiatria pela USP. Ele também foi coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), tendo participado da mobilização desde 2002.
Na política, Boulos concorreu à presidência nas eleições de 2018, à prefeitura de São Paulo em 2020 - quando chegou ao segundo turno contra Bruno Covas (PSDB) - e ao Congresso Nacional em 2022, quando foi eleito o deputado federal mais votado pelo estado de São Paulo, com cerca de um milhão de votos.
Nas eleições de 2024, o deputado é apoiado pelo presidente Lula e pelo PT (Partido dos Trabalhadores). A chapa de Boulos deverá contar com Marta Suplicy como vice. A ex-prefeita, inclusive, se refiliou ao PT para disputar a eleição ao lado do psolista.
Kim Kataguiri (União Brasil)
O deputado federal Kim Kataguiri, 28, ganhou destaque na internet, ainda adolescente, gravando vídeos para o YouTube sobre política e economia. Em 2014, ele co-fundou o MBL (Movimento Brasil Livre), organização que liderou manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Kim tem o ensino médio completo.
Esse é o segundo mandato de Kataguiri como deputado federal. Ele foi eleito pela primeira vez em 2018, ainda pelo Democratas. Em 2022, ele se filiou ao Podemos, com o intuito de apoiar a candidatura de Sergio Moro à presidência. Kim ficou no partido por menos de dois meses. No mesmo ano, ele foi reeleito, desta vez pelo União Brasil.
Kim não tem o apoio explícito de grandes nomes da política. O deputado não é unanimidade nem mesmo dentro do seu próprio partido. O parlamentar enfrenta a resistência de toda a bancada de vereadores do partido na Câmara Municipal de São Paulo, que prefere apoiar a reeleição de Nunes.
Marina Helena (Novo)
Economista com mestrado pela UnB (Universidade de Brasília), Marina Helena, 43, é primeira suplente por São Paulo na Câmara dos Deputados. Em 2022, ela concorreu ao Congresso e recebeu pouco mais de 50 mil votos.
De acordo com o site da pré-candidata, ela "tem 20 anos de experiência com políticas públicas no setor privado, setor público e terceiro setor", tendo sido dirigente nacional do Partido Novo. Marina também participou do governo Bolsonaro, como diretora de Desestatização do Ministério da Economia.
Marina Helena é apoiada por seu correligionário e ex-candidato à presidência Felipe D'Ávila. Recentemente, ele comemorou o resultado de uma pesquisa que mostra a pré-candidata com 7% das intenções de voto e afirmou que ela é "o nome mais qualificado do pleito".
Pablo Marçal (PRTB)
Pablo Marçal nasceu em Goiânia (GO), mas tem domicílio eleitoral em São Paulo. Formado em Direito, ele é conhecido por atuar como "coach" nas redes sociais e vender cursos de desenvolvimento pessoal na internet.
Na vida política, Marçal tentou concorrer à presidência pelo PROS em 2022, mas a legenda desistiu da candidatura e o TSE barrou o registro do coach no pleito, considerando válida a anulação da convenção partidária que escolheu Marçal como candidato.
Marçal ainda não tem grandes nomes o apoiando. De fato, ele ainda não confirmou a pré-candidatura. Ao UOL, Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, afirmou que o coach lhe disse que irá concorrer "se até o dia 15/05 não aparecer um nome com perfil que ame o povo, bom gestor, que deseja destravar o povo a prosperar".
Ricardo Nunes (MDB)
Atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, 56, deve tentar a reeleição em 2024. O emedebista chegou à prefeitura como vice na chapa de Bruno Covas (PSDB) nas eleições de 2020 e assumiu o Executivo municipal após a morte de Covas, em 2021. Nunes também já foi vereador.
Ricardo Nunes estudou Direito na FMU, mas não concluiu o curso. Ele é dono e fundador da empresa Nikkey, especializada na desinfecção de navios nos portos e no controle de pragas urbanas. Nunes também foi presidente da Aesul (Associação Empresarial da Região Sul de São Paulo).
O prefeito é apadrinhado por grandes nomes da política atual. Entre seus apoiadores estão o atual governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro, inclusive, deve fazer campanha fora dos holofotes: de acordo com o Datafolha, o apoio dele a Nunes afasta 63% dos eleitores.
Ricardo Senese (UP)
Metroviário há 13 anos, Ricardo é dirigente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários) e membro da coordenação nacional do MLC (Movimento Luta de Classes). A pré-candidatura foi anunciada pela Unidade Popular pelo Socialismo na última quarta-feira (1º) em Diadema, no ABC Paulista.
O pré-candidato ganhou projeção nacional em dezembro do ano passado, quando foi preso por protestar contra a privatização da Sabesp durante a votação do projeto na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). Ele foi liberado cerca de uma semana após a detenção.
Tabata Amaral (PSB)
Tabata Amaral, 30, é graduada em Ciências Políticas pela Universidade de Harvard. Ativista na área da educação, ela é co-fundadora do Movimento Mapa Educação, com o objetivo melhorar o ensino no país, e do Movimento Acredito, que busca a renovação do Congresso.
Atualmente, Tabata é deputada federal. Ele foi eleita para o cargo pela primeira vez em 2018, pelo PDT. Em 2021, ela entrou com um recurso para se desfiliar do PDT, sem perda do mandato, e ganhou a ação. No mesmo ano, anunciou a filiação ao PSB, partido pelo qual se reelegeu em 2022.
Tabata conta com o apoio do vice-presidente e colega de partido, Geraldo Alckmin — uma divergência notável no alto escalão do Executivo nacional nas eleições municipais. O ex-governador de São Paulo afirmou que "será uma honra" apoiar a deputada na campanha.